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VIAS AMAZÔNICAS
Alter do Chão guarda águas cristalinas
Pólo turístico mais bem preparado do alto Tapajós é ponto de partida para ilha do Amor e ponta do Cururu
NA AMAZÔNIA
Alter do Chão, uma vila a cerca de 30 km de Santarém, é um
lugar repleto de atrativos e com
boa estrutura turística. A poucos degraus da praça principal é
possível colocar os pés nas
águas do rio Tapajós.
E, na época de menor volume
d'água, de agosto a dezembro,
poucos passos separam a margem do rio da ilha do Amor,
uma convidativa faixa de areia
branca com quiosques.
Na mesma área está o lago
Verde, um cenário único e deslumbrante, ainda mais para
quem vai até os igarapés que
alimentam o lago. Acessíveis de
lancha ou canoas motorizadas
que podem ser alugadas na ilha
do Amor, os igarapés são tão
cristalinos que o fundo cheio de
plantas coloridas é parte constante do cenário.
O mesmo acontece com os
cardumes de peixe e seus movimentos velozes e coreografados. Há quem arrisque alugar
um caiaque para passear no lago, ou mesmo no rio Tapajós,
que tem águas calmas na maior
parte do tempo.
Para ver o pôr-do-sol
De lancha, a poucos minutos
da ilha do Amor, está a ponta do
Cururu, um local com pôr-do-sol privilegiado, não raro acompanhado dos botos. É ali que os
turistas são levados para ver o
lendário animal.
Outro ponto recomendado
para ver o sol se pôr é a ponta da
Piroca, um pequeno morro
acessível da praia do Amor. O
acesso não é difícil, mas demanda algum tempo e esforço.
Em duas ou três horas, saindo da praça principal, é possível
chegar ao morro, subi-lo e voltar. Quem subir até o fim terá
uma vista privilegiada da imensidão amazônica e da geografia
local. Mas não se esqueça de levar uma lanterna: a lua e as estrelas brilham forte no céu, mas
não garantem passos seguros à
noite, o que pode surpreender
quem foi ver o sol descer.
Quem quer sossego deve evitar a ilha do Amor nos finais de
semana, quando a praia dali fica cheia. Uma boa opção é alugar um carro; nos arredores de
Alter do Chão, a poucos quilômetros do centro da vila, existem praias vazias com estradas
de terra razoáveis até um ponto
de acesso a pé.
Na arte e na mesa
Outro atrativo são as compras de artesanato indígena e
de comunidades tradicionais;
as lojinhas têm fama pela variedade e pela qualidade das peças, que vão de simples brincos
e anéis até arcos, vasos, trajes e
máscaras rituais.
Os restaurantes da vila e,
principalmente, os quiosques,
têm cardápios restritos; não raro, faltam ingredientes. Mas o
peixe, os sucos feitos com as
frutas locais e a farinha garantem bons momentos à mesa.
Além disso, barraquinhas na
praça, principalmente nos finais de semana, garantem algumas comidas típicas do Pará,
como o tacacá no tucupi -um
caldo amarelo de mandioca,
com jambu (folha que amortece os lábio e os fazem tremer levemente) e camarão seco.
Menos diversão está guardada para quem quer agito noturno. Mas isso não significa que
as pessoas não saiam pela rua à
noite. Pelo contrário, ir a barzinhos ao redor da praça principal é um ótimo programa, principalmente para conhecer e papear com os moradores locais.
(GUSTAVO VILLAS BOAS)
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