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2 X BRASIL (MS)
Passeio começa antes da partida, quando já se avistam muitas espécies; focagem noturna é ponto alto
Safári pode ser de manhã, à tarde e à noite
DA ENVIADA ESPECIAL AO PANTANAL (MS)
Embora os animais possam ser
vistos em qualquer lugar no Pantanal, a melhor maneira de observá-los é durante os safáris, que,
muitas vezes, mesclam trechos
em caminhões adaptados para a
função a trilhas feitas a pé. Esse
programa toma manhãs, tardes e
até noites dos visitantes.
Para aproveitar bem o passeio
três itens não podem faltar na
mochila: um repelente, um protetor solar e um binóculo.
Como a fauna é abundante, o
safári começa sem sequer o caminhão dar a partida.
Thiago R. A. Duarte e Victor do
Nascimento, ambos guias do Refúgio Ecológico Caiman, certa feita se sentaram nos degraus da saída do safári e contaram quantas
espécies de animais viriam se ficassem ali paradinhos da silva.
Munidos de binóculos, avistaram
40 espécies diferentes. Prova da
riqueza da fauna e da importância
de carregar um binóculo.
No safári, porém, não só se observam esses animais como se recebe uma enxurrada de informações sobre eles. O programa acaba
sendo uma longa e prática aula de
biologia, que se estende também
para a flora.
O emocionante desses safáris é
que, por vezes, os viajantes estão
apreciando tranqüilamente a paisagem quando, de repente, o caminhão pára, e o guia aponta para
um animal escondido em algum
canto do quadro, como se o passeio fosse uma espécie de livro
"Onde Está Wally".
Os trechos a pé, no entanto, são
os mais legais. Isso porque nessa
hora o visitante compreende melhor a região. E a distribuição da
vegetação auxilia esse entendimento. Nos lugares que alagam
na época da cheia, a vegetação é
rasteira. Nos pontos altos dos terrenos, nos quais o solo permanece
seco o ano todo, há trechos de
mata fechada, os capões.
Com tempo para a contemplação, é nessas caminhadas que se
avistam, por exemplo, rodovias
de saúvas carregando folhas cortadas. Casais de macacos catando
frutas nas copas das árvores, cutias correndo entre arbustos e jacarés estacionados nas margens
de poças.
Por vezes, um jacaré pode estar
no meio da trilha, obstruindo o
caminho. Isso não é motivo para
pânico. Eles saem lentamente,
meio ressabiados.
À noite
O safári noturno, chamado de
focagem de animais, é um dos
pontos altos da estada. Munido de
um holofote, o guia encontra os
animais graças aos brilhos dos
olhos quando refletem a luz.
Os brilhos têm cores diferentes.
Os olhos de mamíferos brilham
vermelhos, assim, todos afiam o
olhar em busca de dois grandes
pontos vermelhos e brilhantes
-os olhos da onça.
Mas, mesmo quando ela não
aparece, a emoção é garantida.
Por exemplo, ao acompanhar
uma anta caminhando ao lado da
estrada de terra, com seu focinhão
comprido e seu rabinho curto.
Ora ela pasta, ora ela corre, desajeitada. Ou ver, na calada da noite,
a máscara preta que cobre os
olhos de um guaxinim andando
sorrateiramente sobre suas patas
peladas.
Ou ao dar de cara com um tatu-galinha, que parece andar na ponta dos pés. Ele atravessa a mesma
estrada de terra para um lado. Desiste e volta para o outro. E resolve
então voltar. E mais uma vez cruza a estrada. A indecisão é tanta
que o tatu parece tonto.
E o que dizer dos tamanduás-bandeira fêmeas carregando seus
filhotes nas costas? Esses bichos
minúsculos têm o rabo pelado e
pegam carona com as mães até os
seis meses de idade.
(HELOISA LUPINACCI)
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