São Paulo, segunda-feira, 14 de outubro de 2002

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JAPÃO

Obras podem atrapalhar a visão da cúpula que fica em parque com museu e monumentos em homenagem às vítimas

Hiroshima restaura símbolo de ataque atômico

DA REDAÇÃO

Começou a ser restaurada na semana passada, ao custo de US$ 565 mil, a Cúpula da Bomba-A, como é chamado o que restou do Salão de Promoção Industrial de Hiroshima após a destruição causada pela bomba atômica lançada sobre a cidade no final da Segunda Guerra Mundial.
As reformas devem durar até março do ano que vem. A visão da cúpula será bastante obstruída, o que pode desapontar os visitantes do local, segundo Hideaki Takeshima, funcionário da cidade (a 687 km de Tóquio).
O objetivo do governo federal e da cidade, que dividem os custos do projeto, é proteger a construção de goteiras e da umidade que estão danificando a sua estrutura e deixá-la nas mesmas condições em que ela ficou após a explosão da bomba, em 6 de agosto de 1945. Três dias depois, Nagasaki foi atacada, e o Japão se rendeu aos Aliados em 15 de agosto de 1945.
Localizada na confluência dos rios Motoyasu e Ota, a Cúpula da Bomba-A ficava perto do ponto onde a bomba explodiu. Foi designada Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1996, por ser um forte símbolo da busca de paz mundial por mais de meio século. Esta é a terceira vez que ela é reparada desde que Hiroshima decidiu preservá-la, em 1966.
A cúpula é parte do parque Memorial da Paz, cuja parte principal fica em frente ao prédio, entre os dois rios, não muito longe do castelo local. É uma área verde e tranquila, pontuada por banquinhos e por monumentos, como o sino da Paz, que pode ser tocado por qualquer um. Um dos pontos altos do local, bastante visitado por estrangeiros, é o museu Memorial da Paz (www.pcf.city.hiroshi ma.jp/peacesite), que conta os efeitos da bomba por meio de fotografias, vídeos e objetos encontrados nos escombros da cidade. A entrada é bastante barata para os padrões japoneses, US$ 0,40.
A bomba explodiu às 8h15, a 580 m de altura do centro da cidade. Prédios foram destruídos em um raio de dois quilômetros, matando milhares de pessoas. Além do impacto inicial, o ataque provocou incêndios e vários problemas de saúde devido à radiação. Até o final de 1945, 140 mil pessoas haviam morrido, de uma população de 350 mil pessoas.
Além de garrafas derretidas e objetos retorcidos, o museu expõe roupas semiqueimadas e rasgadas de estudantes. Placas em inglês contam a história de cada um.
Desenhos e depoimentos de sobreviventes mostram o que eles viram. Foi também preservado um lance de degraus onde o impacto da bomba imprimiu a sombra de uma pessoa que estava sentada ali no momento da explosão. A instituição está em campanha para coletar mais material referente à bomba no exterior.
O museu explica ainda como funciona uma bomba atômica e descreve a situação das armas nucleares. (CHIAKI KAREN TADA)


Com agências internacionais


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