São Paulo, quinta-feira, 15 de março de 2007

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FRONTEIRA DA ÍNDIA

À beira do deserto de Thar, Jaisalmer parece miragem

Edificada em arenito, cidadela, cujo rico passado foi marcado pelo comércio, fica camuflada na paisagem

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NA ÍNDIA

À medida que o viajante se desloca para o oeste a partir de Pushkar, a paisagem fica árida e a sensível fronteira com o Paquistão se aproxima.
Nesse canto remoto da Índia está um de seus destinos mais exóticos: a vila de Jaisalmer. Sua cidadela totalmente construída de arenito mimetiza-se à paisagem ao redor e representa para muitos a quintessência do Rajastão. A localização à beira do grande deserto de Thar aumenta o apelo.
Assim como Pushkar, a cidade foi tomada de assalto pelas mazelas do turismo. A oportunidade de se hospedar num monumento vivo como Jaisalmer, entre palácios, templos e muralhas, é atraente demais para frear o crescimento desordenado de pousadas. Com isso, o aumento da demanda de água vem causando problemas na estrutura do forte.
Boa parte dos locais parece envolvida com a indústria do turismo, e o programa padrão é o safári de camelo pelo deserto.
A cidade se estabeleceu, cresceu e enriqueceu seus mercadores como um entreposto na rota comercial que ligava a Índia à Ásia Central. Os havelis, mansões extremamente decoradas, são testemunhos das riquezas acumuladas pelas altas taxas cobradas das caravanas que utilizavam a rota pelo deserto, bem antes de o crescimento do transporte marítimo decretar sua decadência comercial. Atualmente, a cidade vive do turismo e de seu status de base militar estratégica nos embates com o vizinho.
Uma peculiaridade de Jaisalmer é a existência de uma "bhang shop" logo na entrada mais movimentada do forte. Nesse pequeno bar devidamente autorizado, pequenas quantidades de maconha de baixa potência são vendidas e consumidas em forma de iogurtes ou bolos e in natura. Entre os consumidores há locais, mochileiros estrangeiros -e até um policial fardado! (PEDRO CARRILHO)


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