São Paulo, segunda-feira, 15 de julho de 2002

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Glaciar proporciona show de tons

DA ENVIADA ESPECIAL

Uma massa de gelo de 30 km de extensão e 200 km2 de superfície se debruça sobre o lago Argentino numa muralha de até 70 m de altura e 6 km de comprimento. A quilômetros de distância, os valores impressionantes já causam impacto aos turistas que chegam de barco ao glaciar Perito Moreno, um dos 47 existentes dentro do Parque Nacional de los Glaciares, na Patagônia argentina.
À medida que os visitantes se aproximam do seu lado norte, esquecem esses valores, que nem conseguem visualizar, e passam a desfrutar o espetáculo na escala possível: o que se vê à frente, para cima e para os lados é um enorme paredão pontiagudo nos mais variados tons de azul.
Os "desbravadores" passam então do barco para a península em frente ao Perito Moreno e, a partir de passarelas, descobrem que o glaciar é branco e não tem fim.
Com o inverno, há poucos turistas e vento fraco. O silêncio só é quebrado pelos estrondos de pedaços de gelo que se desprendem. Quando isso ocorre na frente do público, ele vê pedras caírem, formando grandes ondas na água.
Quando o glaciar avança muito, encostando na península e obstruindo a passagem da água, ocorre uma série de desprendimentos, causando uma grande ruptura de gelo. O fenômeno é esperado por geólogos e turistas, mas completamente imprevisível: o último aconteceu em 1988.

Como chegar
Calafate, cidade de 6.000 habitantes, com boa estrutura hoteleira e aeroporto internacional, é a base para visitar os glaciares Perito Moreno e Upsala, três vezes maior que o primeiro.
Saindo de Calafate, o visitante passa por Punta Bandera, a 48 km de distância. A partir daí, ele pode pegar um barco para atingir os glaciares via lago Argentino ou, se for verão, continuar por uma estrada de terra até Moreno. A travessia de barco para Perito Moreno é feita pelo canal de los Témpanos (pedaços de gelo desprendidos do glaciar).
Esses "témpanos" foram os únicos contatos do explorador Francisco Moreno com a geleira que leva seu nome. O geógrafo, que percorreu a Patagônia e foi considerado "perito" nas questões das fronteiras com o Chile, chegou a Punta Bandera em 1877, mas não percorreu os 20 km restantes para o glaciar, que foi descoberto anos depois. (AO)


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