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VIZINHO EM PROMOÇÃO
Habitantes procuram cursos do idioma para receber brasileiros, que ajudariam a criar divisas
Ushuaia está querendo falar português
JULIANA MONACHESI
ENVIADA ESPECIAL A USHUAIA
Com os preços argentinos favoráveis ao turista estrangeiro e a
necessidade de o país arrecadar
divisas, a Província da Terra do
Fogo está apostando na ida dos
brasileiros à região.
Em Ushuaia, o maior indício de
que a região se prepara para receber mais brasileiros é o idioma.
De repente, quase todo mundo
está querendo falar português.
A brasileira Cristina Cavalli, habitante da cidade há quatro anos,
dá aulas de português e conta que
a procura por seus cursos aumentou significativamente desde o começo deste ano.
Depois da explosão demográfica causada pela instalação de um
presídio na região no início do século 20, Ushuaia teve outro pico
de crescimento quando, nos anos
80, tornou-se um pólo industrial
livre de taxas de importação (concomitantemente à criação da Zona Franca de Manaus).
A população saltou de 8.000 para 28 mil habitantes. A lei de promoção industrial sofreu um retrocesso na década de 90 com a
abertura da Argentina ao mercado externo e a conversibilidade do
peso em dólar, fazendo muitas indústrias fecharem.
Capital da Província insular argentina da Terra do Fogo, Antártida e Ilhas do Atlântico Sul, Ushuaia recebe grande fluxo turístico no verão por ser o último ponto de abastecimento das expedições para a Antártida, ponto de
parada de diversos cruzeiros (em
2001, passaram pelo porto 200 navios) e destino escolhido por muitos aventureiros para acampar,
pescar, fazer caminhada e velejar.
Entretanto a cidade é ainda
pouco conhecida com temperaturas baixas, apesar de dispor de estrutura para atividades invernais
comparável às de cidades como
Bariloche ou Las Leñas.
São três os centros de esqui alpino e snowboard, mais seis que
oferecem outras modalidades do
esporte (esqui de fundo para iniciantes, esqui de raquete etc.),
além de moto de neve e/ou trenó
de cachorros.
Ushuaia, que conta mais de 50
mil habitantes, oferece atrações
para a família inteira: para quem
não gosta de esportes, há desde
passeios de barco pelo canal Beagle (que herdou esse nome da primeira embarcação que o percorreu, o H.M.S. Beagle, em cuja segunda expedição, de 1831 a 1836,
viajou Charles Darwin) até a travessia de uma paisagem insólita
dentro do trem do Fim do Mundo.
Juliana Monachesi viajou a convite da
Secretaria de Turismo da Terra do Fogo e
da Aerolíneas Argentinas
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