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RAÍZES
Descendentes de italianos, professor de inglês e arquiteta tiveram recepção calorosa na terra de seus ancestrais
Busca de parente na Itália acaba em pizza
free-lance para a Folha
A arquiteta Juliana Pasquale
Cortese, 25, e o professor de inglês
Edelson Barbieri Finozzi, 31, ambos brasileiros descendentes de
italianos, visitaram a Itália com o
mesmo objetivo: ver e conversar
com os parentes que ainda não conheciam pessoalmente.
Finozzi foi para a cidade de Marano Vicentino, próximo a Vicenza. Mas a pesquisa dele iniciou na
Inglaterra, onde viveu de 90 a 92.
"Escrevi ao meu primo argentino, que deu o endereço de nossos
familiares na Itália", conta.
Em 1992, Finozzi escreveu para
Marano Vicentino e recebeu uma
resposta de outro primo, italiano.
"Coincidentemente, ele estava fazendo a árvore genealógica da
nossa família e me convidou para
visitá-lo. Passei uma semana lá,
eles foram muito hospitaleiros. A
experiência foi válida."
Em Schio, uma cidadezinha próxima a Marano Vicentino, Finozzi
foi apresentado a uma tia. Seguiu-se um diálogo inusitado.
"Que bom que você voltou", ela
disse ao sobrinho. "Mas eu nunca
estive aqui antes", Finozzi respondeu. "Mas é como se o seu bisavô
tivesse voltado." Ela se referia a
Bonaventura Finozzi, o italiano
que imigrou e deu origem à parte
brasileira da família.
Já a arquiteta Juliana Pasquale
Cortese visitou seus parentes pela
primeira vez em 1985. Foi uma
verdadeira excursão com 16 pessoas: o pai (italiano), a mãe, o irmão, primos, tios. Foram para
Stresa, perto de Milão, terra natal
dos Cortese, e outras cidades.
"Em Stresa, nós ficamos uma semana na casa onde meu pai morou", afirma Juliana.
Além de uma recepção calorosa,
segundo ela, a visita despertou seu
interesse para aprender o italiano
e retornar ao país. Não deu outra.
Em 1996, graduada em arquitetura, ela estagiou por seis meses
num escritório de design da cidade
de Conegliano. Hoje ela representa no Brasil os móveis criados nesse escritório.
Na viagem em que fez o estágio,
Juliana conheceu uma outra prima de seu pai, a atriz Valentina
Cortese, 72. "Ela é encantadora.
Trabalhou em vários filmes de
Hollywood e foi casada com o ator
Richard Basehart, o almirante
Nelson da série "Viagem ao Fundo
do Mar'."
(CLAUDIO SCHAPOCHNIK)
Em Stresa
Como chegar: de trem, a
cidade fica a menos de uma hora
de Milão. É possível ainda chegar
de carro pela estrada A-8, a partir
de Milão
O que fazer: no verão, é
interessante fazer um passeio de
barco pelo lago Maggiore e visitar
as ilhas Borromeo (que
pertenciam, desde o século 12, à
família de príncipes que dá nome
ao arquipélago): Bella, Pescatore
e Madre. Quem gosta de frio e
neve pode ir a Monttarone, onde
é possível esquiar
Isola Bella: abriga o palácio
Borromeu, construção do século
17 que representa o estilo
barroco lombardo, e jardins com
plantas exóticas e dez terraços
ornamentados com estátuas,
vasos e pontes, formando um
conjunto barroco
Isola Pescatore: possui
diversos restaurantes. Neles, você
pode apreciar os peixes do lago
Maggiore
Isola Madre: totalmente
coberta por um jardim com
plantas e flores raras e exóticas
Em Vicenza
Como chegar: pegue a
estrada A-4, partindo de Milão ou
Veneza. A cidade fica a cerca de
meia hora de Verona. Também é
possível chegar de trem
O que comer: bacalhau à
vicentina, acompanhado de
polenta e vinho, que vem dos
montes Berici
Arquitetura paladiana: as
"vilas", palácios típicos da região,
são as principais atrações da
cidade, principalmente aquelas
concebidas pelo arquiteto Andrea
Palladio (1508-1580), que deu
origem ao estilo paladiano,
caracterizado pelas formas
simples e simétricas. La Rotonda
é uma das mais célebres obras do
artista. Possui uma cúpula e foi
construída sobre uma planta
quadrada
Basílica de Monte Berico:
feita em estilo barroco, ela fica no
alto da colina de mesmo nome
Vila Valmarana: do século
17, possui afrescos do pintor
veneziano Giovanni Battista
Tiepolo (1696-1770), cujo tema
preferido era o Carnaval
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