São Paulo, segunda, 16 de março de 1998

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RAÍZES
Gêmeas conhecem parentes em aldeias do Algarve
Fotos saem do papel no sul de Portugal

free-lance para a Folha

A primeira viagem ao exterior de Luci Pires Jacinto, 35, pesquisadora do Museu da Imigração de São Paulo, foi para duas aldeias em Portugal: Águas Frias e Zambujal, ambas no Algarve, sul do país, onde seus pais nasceram.
A oportunidade surgiu há quatro anos. Luci viajou com sua irmã gêmea, Luciene Aparecida Pires Jacinto, e um amigo da família. Ficaram três meses.
Seu pai, João dos Santos Jacinto, 69, imigrou para o Brasil em 1954 para trabalhar numa construtora como pedreiro.
Três anos mais tarde, vieram a mulher e a filha mais velha (ao todo são quatro).
"Só conhecia meus avós, tios e primos portugueses por fotos", afirma Luci. "Mas quem me incentivou mesmo foi a minha mãe, pois ela sempre me falava da sua terra natal, das histórias, do folclore e dos hábitos daquela área."
O momento mais emotivo, segundo Luci, foi o que ela conheceu a sua avó materna, Hortence Ventura Pires, 83.
"Eu me senti representando a minha mãe, já morta, pois ela tinha um sonho de voltar para Portugal e reencontrar sua família", comenta.
Luci viu simbolizada no campo uma outra lembrança. "Quando jovem, meu pai plantou um eucalipto. Para a minha surpresa, a árvore ainda está lá. Da casa onde ele nasceu, em Águas Frias, só restaram partes das paredes em pé."
Além de conhecer muitos parentes, Luci teve a oportunidade de participar, na localidade de Monte Ruivo, de uma festa rural típica daquela região. É um evento anual, que sempre ocorre no mês de agosto.
"Não tem um nome. Os habitantes locais e de outras cidades vêm passar o mês em Monte Ruivo. Há barracas com comidas e danças, entre outras atividades."
Luci ainda diz ter apreciado muito a visita a Sagres, também no Algarve. No século 15, as caravelas portuguesas saíram desse porto para conquistar os oceanos e novas terras. (CSc)
Em Sagres
Como chegar: a partir de Lisboa há vôos diários para Faro (114 km a oeste de Sagres), com duração de meia hora; de Lagos (34 km a oeste), há 12 saídas de ônibus diárias para a cidade (a viagem dura uma hora, e a passagem de ida e volta custa cerca de US$ 4,60)
Onde se hospedar:
o hotel da Baleeira (tel. local 082/642-12), tem estacionamento grátis e é considerado um dos melhores da cidade e cobra US$ 92 pela diária para casal. Na pousada do Infante (tel. local 082/642-25), o casal desembolsa em média US$ 110 pela diária
Onde comer:
o restaurante do hotel da Baleeira prepara lagostas e oferece vista para o mar; bolos regionais são servidos na residência Dom Henrique (tel. local 082/641-33)


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