São Paulo, segunda, 16 de março de 1998

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Tour judaico passa por cemitério

free-lance para a Folha

"O objetivo da minha viagem foi entender os lugares de onde meus pais e avós viveram e saber quais são as atividades econômicas e culturais lá realizadas, e não procurar a casa onde moraram."
A explicação é de Moisés Pinsky, 53, administrador de empresas que viajou com sua filha, Maya Pinsky, 21, estudante de cinema, para a Lituânia e Belarus, entre maio e junho do ano passado.
A viagem começou muito antes da data do embarque. Foi decorrência de uma pesquisa genealógica que Pinsky então fazia sobre sua família.
Graças a esse trabalho teve contato com o mentor da excursão que acabaria fazendo.
"Com o auxilio de um amigo, consegui o e-mail de um norte-americano, Howard Margol, presidente da Sociedade Genealógica Judaica de Atlanta (EUA), que organiza uma excursão para essa parte da Europa", conta.
O grupo era formado por 12 pessoas, todos com avós ou bisavós de origem judaico-lituana.

Troca de país
Os avós paternos de Pinsky nasceram em Prujane, atual Belarus e, antes da Segunda Guerra Mundial, território polonês.
Já os pais e avós maternos são de Lida, que originalmente pertencia à Polônia e hoje faz parte da Belarus. "Mas esses últimos se radicaram em Alytus, na Lituânia", afirma Maya.
O roteiro feito do grupo incluiu Vilna e outras cidades. Na capital lituana, eles ficaram cinco dias. "Além do centro velho, visitamos a escola, o cemitério e o museu judaicos, todos lugares muito interessantes", afirma Pinsky.
Em Alytus, pai e filha também visitaram o cemitério israelita. Segundo Maya, o local está bem conservado, apesar de muitas lápides estarem sem condições de identificação. "Meu avô materno e um tio estão enterrados ali", afirma o administrador.

Aventura
Para conhecer Prujane, Pinsky e Maya se lançaram em uma pequena aventura: contrataram uma guia bilíngue de inglês e russo, alugaram um carro com motorista e foram separados do grupo.
"Turisticamente falando, não há nada nesse local", afirma Maya.
Quando foram ao cemitério judaico, tiveram uma decepção. "Nem parece um lugar que tem esse nome: um cavalo pastava, o terreno era usado como passagem pela população, enfim, um abandono geral", descreve Maya.
Mas, mesmo com essas pequenas decepções, a viagem foi aprovada pelos dois viajantes.
"Foi um dos roteiros que mais gostei", diz Maya. "O interessante foi ver o passado com o futuro ao lado (apontando para a filha)", finaliza. (CSc)

E-mail de Howard Margol:
HOMARGOL@aol.com



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