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Tour judaico passa por cemitério
free-lance para a Folha
"O objetivo da minha viagem foi
entender os lugares de onde meus
pais e avós viveram e saber quais
são as atividades econômicas e
culturais lá realizadas, e não procurar a casa onde moraram."
A explicação é de Moisés Pinsky,
53, administrador de empresas
que viajou com sua filha, Maya
Pinsky, 21, estudante de cinema,
para a Lituânia e Belarus, entre
maio e junho do ano passado.
A viagem começou muito antes
da data do embarque. Foi decorrência de uma pesquisa genealógica que Pinsky então fazia sobre
sua família.
Graças a esse trabalho teve contato com o mentor da excursão
que acabaria fazendo.
"Com o auxilio de um amigo,
consegui o e-mail de um norte-americano, Howard Margol, presidente da Sociedade Genealógica
Judaica de Atlanta (EUA), que organiza uma excursão para essa
parte da Europa", conta.
O grupo era formado por 12 pessoas, todos com avós ou bisavós
de origem judaico-lituana.
Troca de país
Os avós paternos de Pinsky nasceram em Prujane, atual Belarus e,
antes da Segunda Guerra Mundial, território polonês.
Já os pais e avós maternos são de
Lida, que originalmente pertencia
à Polônia e hoje faz parte da Belarus. "Mas esses últimos se radicaram em Alytus, na Lituânia", afirma Maya.
O roteiro feito do grupo incluiu
Vilna e outras cidades. Na capital
lituana, eles ficaram cinco dias.
"Além do centro velho, visitamos
a escola, o cemitério e o museu judaicos, todos lugares muito interessantes", afirma Pinsky.
Em Alytus, pai e filha também
visitaram o cemitério israelita. Segundo Maya, o local está bem conservado, apesar de muitas lápides
estarem sem condições de identificação. "Meu avô materno e um tio
estão enterrados ali", afirma o administrador.
Aventura
Para conhecer Prujane, Pinsky e
Maya se lançaram em uma pequena aventura: contrataram uma
guia bilíngue de inglês e russo,
alugaram um carro com motorista
e foram separados do grupo.
"Turisticamente falando, não há
nada nesse local", afirma Maya.
Quando foram ao cemitério judaico, tiveram uma decepção.
"Nem parece um lugar que tem esse nome: um cavalo pastava, o terreno era usado como passagem
pela população, enfim, um abandono geral", descreve Maya.
Mas, mesmo com essas pequenas decepções, a viagem foi aprovada pelos dois viajantes.
"Foi um dos roteiros que mais
gostei", diz Maya. "O interessante
foi ver o passado com o futuro ao
lado (apontando para a filha)", finaliza.
(CSc)
E-mail de Howard Margol:
HOMARGOL@aol.com
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