São Paulo, quinta-feira, 16 de outubro de 2008

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Nas casas, rei é colocado em porta-retratos

DO ENVIADO ESPECIAL À TAILÂNDIA

No plano espiritual, predomina na Tailândia o culto a Buda. No terreno, apesar das rusgas políticas, o idolatrado é o rei Rama 9º.
A única provável unanimidade tailandesa em termos políticos é a devoção à monarquia. No poder desde 1946, o rei é o monarca há mais tempo à frente de um país. É, também, um país que nunca foi colonizado -o único no Sudeste Asiático em que estrangeiros nunca mandaram.
O culto à figura real está no cotidiano dos tailandeses. O casal real está em fotos exibidas nas casas das pessoas e o rei é amplamente lembrado diariamente nos meios de comunicação. Nos cinemas, antes da exibição do filme, há uma homenagem a ele.
E todos os presentes devem ficar de pé enquanto ela é exibida. Se um "farang" (pronuncia-se "falang", corruptela de "foreigner", ou estrangeiro) não se levantar, é provável que o tailandês ao seu lado olhe feio ou o incentive fisicamente a ficar em pé.
Em 1992, Rama 9º pacificou o país. Duas facções extrapolaram para a violência sua dissonância política. Episódios sangrentos e algumas mortes ocorreram e, então, o rei convocou as lideranças dos grupos rivais e exigiu o serenar dos ânimos, colocando os opositores ajoelhados a seus pés e determinando que apertassem as mãos.
Para os tailandeses, a razão da hegemônica posição política do monarca é ele não abusar das intervenções. Na atual crise política, responsável pela ocupação do prédio em que funciona o governo do primeiro-ministro desde 26 de agosto, por exemplo, o rei não tomou partido.


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