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Nas casas, rei é colocado em porta-retratos
DO ENVIADO ESPECIAL À TAILÂNDIA
No plano espiritual, predomina na Tailândia o culto a Buda. No terreno, apesar das rusgas políticas, o
idolatrado é o rei Rama 9º.
A única provável unanimidade tailandesa em termos políticos é a devoção à
monarquia. No poder desde 1946, o rei é o monarca
há mais tempo à frente de
um país. É, também, um
país que nunca foi colonizado -o único no Sudeste
Asiático em que estrangeiros nunca mandaram.
O culto à figura real está
no cotidiano dos tailandeses. O casal real está em fotos exibidas nas casas das
pessoas e o rei é amplamente lembrado diariamente nos meios de comunicação. Nos cinemas,
antes da exibição do filme,
há uma homenagem a ele.
E todos os presentes devem ficar de pé enquanto
ela é exibida. Se um "farang" (pronuncia-se "falang", corruptela de "foreigner", ou estrangeiro)
não se levantar, é provável
que o tailandês ao seu lado
olhe feio ou o incentive fisicamente a ficar em pé.
Em 1992, Rama 9º pacificou o país. Duas facções
extrapolaram para a violência sua dissonância política. Episódios sangrentos e algumas mortes
ocorreram e, então, o rei
convocou as lideranças
dos grupos rivais e exigiu o
serenar dos ânimos, colocando os opositores ajoelhados a seus pés e determinando que apertassem
as mãos.
Para os tailandeses, a razão da hegemônica posição política do monarca é
ele não abusar das intervenções. Na atual crise política, responsável pela
ocupação do prédio em
que funciona o governo do
primeiro-ministro desde
26 de agosto, por exemplo,
o rei não tomou partido.
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