São Paulo, quinta-feira, 17 de abril de 2008

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MARCO ALEMÃO

Mercado de pulgas é atração dos domingos

Feira é a maior do gênero da capital alemã e oferece de exemplares velhos de revistas até antigüidades

DA ENVIADA ESPECIAL A BERLIM

Domingo é dia de passear no maior mercado de pulgas de Berlim, na avenida 17 June. Boa dica para quem quer encontrar a maior parte das lembranças de viagem num endereço só.
De revista "Mad" -edição alemã, claro,- vendida a 1 cada uma, a exemplares de copos antigos vendidos a até 50 a unidade, dá para encontrar presentes para todos os gostos e bolsos nas centenas de barracas que se instalam todos os domingos atrás do Tiegarden.
O taurino David Torres, 39, é dono de uma barraca de antiguidades e há sete anos passa os domingos entre talheres, taças e panos de prato bordados, sempre das 10h às 17h -horário de funcionamento da feira.
Sua peça mais cara, um candelabro de prata de 120, que ele imagina ter por volta de 300 anos, chama menos atenção que sua mercadoria mais barata: belos cartões postais usados, que o turista leva para casa pagando somente 1 cada um.
Quando questionado sobre quais são os seus fregueses mais comuns, ele não pestaneja: "Aqui, a cada dois passos você esbarra em um italiano. É que muitos vêm passar o final de semana em Berlim".
Já os americanos são, segundo Torres, os melhores compradores. "Eles não barganham. Você diz quanto é, eles pegam o dinheiro do bolso e pagam sem chorar", conta.
Diferentemente de outros sete vendedores abordados na feira, Torres deu entrevista com prazer e se deixou fotografar sem demonstrar desconfiança. Quanto à publicação de sua foto no jornal, ele impôs uma condição: "Só quero que você use se eu sair bonito".
Fotos feitas, ele aguarda receber um exemplar do jornal. "Não vou entender nada, mas guardo para mostrar aos fregueses brasileiros que passarem por aqui." Lamentando saber quase nada sobre o Brasil, ele se despede com um tímido, mas simpático, "obrigado".
A avenida 17 June recebeu esse nome em homenagem ao confronto ocorrido em 17 de junho de 1953, ali mesmo, entre tanques soviéticos e trabalhadores da construção civil que protestavam contra cortes de salário. (PRISCILA PASTRE-ROSSI)


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