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MARCO ALEMÃO
Mercado de pulgas é atração dos domingos
Feira é a maior do gênero da capital alemã e oferece de exemplares velhos de revistas até antigüidades
DA ENVIADA ESPECIAL A BERLIM
Domingo é dia de passear no
maior mercado de pulgas de
Berlim, na avenida 17 June. Boa
dica para quem quer encontrar
a maior parte das lembranças
de viagem num endereço só.
De revista "Mad" -edição
alemã, claro,- vendida a 1 cada uma, a exemplares de copos
antigos vendidos a até 50 a
unidade, dá para encontrar
presentes para todos os gostos
e bolsos nas centenas de barracas que se instalam todos os
domingos atrás do Tiegarden.
O taurino David Torres, 39, é
dono de uma barraca de antiguidades e há sete anos passa
os domingos entre talheres, taças e panos de prato bordados,
sempre das 10h às 17h -horário de funcionamento da feira.
Sua peça mais cara, um candelabro de prata de 120, que
ele imagina ter por volta de 300
anos, chama menos atenção
que sua mercadoria mais barata: belos cartões postais usados, que o turista leva para casa
pagando somente 1 cada um.
Quando questionado sobre
quais são os seus fregueses
mais comuns, ele não pestaneja: "Aqui, a cada dois passos você esbarra em um italiano. É
que muitos vêm passar o final
de semana em Berlim".
Já os americanos são, segundo Torres, os melhores compradores. "Eles não barganham. Você diz quanto é, eles pegam o dinheiro do bolso e
pagam sem chorar", conta.
Diferentemente de outros
sete vendedores abordados na
feira, Torres deu entrevista
com prazer e se deixou fotografar sem demonstrar desconfiança. Quanto à publicação de
sua foto no jornal, ele impôs
uma condição: "Só quero que
você use se eu sair bonito".
Fotos feitas, ele aguarda receber um exemplar do jornal.
"Não vou entender nada, mas
guardo para mostrar aos fregueses brasileiros que passarem por aqui." Lamentando saber quase nada sobre o Brasil,
ele se despede com um tímido,
mas simpático, "obrigado".
A avenida 17 June recebeu
esse nome em homenagem ao
confronto ocorrido em 17 de
junho de 1953, ali mesmo, entre tanques soviéticos e trabalhadores da construção civil
que protestavam contra cortes
de salário.
(PRISCILA PASTRE-ROSSI)
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