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TERRA SANTA E DIVIDIDA
Jerusalém narra quase 40 séculos
Primeiro Templo, onde Abraão teria oferecido o sacrifício de seu filho a Deus, foi destruído em 586 a.C.
DO ENVIADO ESPECIAL À TERRA SANTA
Para entender essa babel que
é Jerusalém é preciso voltar até
1.000 anos a.C., quando a cidade foi fundada pelo rei Davi. O
Primeiro Templo, construído
onde Abraão teria oferecido o
sacrifício de seu filho a Deus,
foi destruído pelos babilônios
em 586 a.C., época em que os
judeus foram levados ao Egito
como escravos.
Séculos depois, quando os
persas já controlavam a cidade
e permitiram o retorno dos exilados, o templo foi reconstruído. Esse segundo templo também viria a ser destruído. Desta
vez, pelos romanos, em 66 d.C.,
numa revolta da população
contra os ocupantes.
No século seguinte, a repressão ao segundo levante deu origem à diáspora judaica, que durou séculos. Mas Jerusalém só
se tornou sagrada para um povo não judeu após a conversão
do imperador Constantino ao
cristianismo, no século 4º d.C.
Começaram a ser erguidos
monumentos cristãos, incluindo a igreja do Santo Sepulcro,
onde ocorreu a crucificação de
Jesus e onde estava sua tumba.
Chega então o Islã, em meados do século 7º. Nesse período
foi construída a Mesquita do
Domo da Rocha, onde a tradição islâmica reza que Maomé
subiu aos céus -exatamente o
mesmo rochedo tão sagrado
para os judeus.
Mais tarde, a cidade foi ocupada pelos cruzados por quase
um século, até ser retomada pelo conquistador curdo Saladino. No final do século 19, ainda
sob controle dos otomanos,
surge o movimento sionista, e
levas crescentes de judeus
aportam na Palestina saídos da
Europa e do norte da África.
No mandato britânico a tensão cresceu entre os palestinos
e tornou-se cada vez maior o
número de imigrantes estrangeiros. Em 1948, judeus e palestinos recusaram o status de Jerusalém como "cidade internacional" proposto pela ONU.
Em 1967, com a Guerra dos
Seis Dias, ela foi tomada pelos
judeus -iniciando a divisão
vista até hoje, já que os palestinos querem fazer dali a capital
do seu Estado, enquanto os judeus não abrem mão de controlar seus lugares sagrados.
(PEDRO CARRILHO)
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