São Paulo, quinta-feira, 17 de maio de 2007

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TERRA SANTA E DIVIDIDA

Jerusalém narra quase 40 séculos

Primeiro Templo, onde Abraão teria oferecido o sacrifício de seu filho a Deus, foi destruído em 586 a.C.

DO ENVIADO ESPECIAL À TERRA SANTA

Para entender essa babel que é Jerusalém é preciso voltar até 1.000 anos a.C., quando a cidade foi fundada pelo rei Davi. O Primeiro Templo, construído onde Abraão teria oferecido o sacrifício de seu filho a Deus, foi destruído pelos babilônios em 586 a.C., época em que os judeus foram levados ao Egito como escravos.
Séculos depois, quando os persas já controlavam a cidade e permitiram o retorno dos exilados, o templo foi reconstruído. Esse segundo templo também viria a ser destruído. Desta vez, pelos romanos, em 66 d.C., numa revolta da população contra os ocupantes.
No século seguinte, a repressão ao segundo levante deu origem à diáspora judaica, que durou séculos. Mas Jerusalém só se tornou sagrada para um povo não judeu após a conversão do imperador Constantino ao cristianismo, no século 4º d.C.
Começaram a ser erguidos monumentos cristãos, incluindo a igreja do Santo Sepulcro, onde ocorreu a crucificação de Jesus e onde estava sua tumba.
Chega então o Islã, em meados do século 7º. Nesse período foi construída a Mesquita do Domo da Rocha, onde a tradição islâmica reza que Maomé subiu aos céus -exatamente o mesmo rochedo tão sagrado para os judeus.
Mais tarde, a cidade foi ocupada pelos cruzados por quase um século, até ser retomada pelo conquistador curdo Saladino. No final do século 19, ainda sob controle dos otomanos, surge o movimento sionista, e levas crescentes de judeus aportam na Palestina saídos da Europa e do norte da África.
No mandato britânico a tensão cresceu entre os palestinos e tornou-se cada vez maior o número de imigrantes estrangeiros. Em 1948, judeus e palestinos recusaram o status de Jerusalém como "cidade internacional" proposto pela ONU.
Em 1967, com a Guerra dos Seis Dias, ela foi tomada pelos judeus -iniciando a divisão vista até hoje, já que os palestinos querem fazer dali a capital do seu Estado, enquanto os judeus não abrem mão de controlar seus lugares sagrados. (PEDRO CARRILHO)


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