São Paulo, quinta-feira, 19 de janeiro de 2006

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SOL ANDINO

Passeio de charrete por entre videiras, degustação de vinho e aulas com enólogos compõem visita a vinícolas

Tintos predominam na rota de Colchagua

DO ENVIADO ESPECIAL AO CHILE

Uma das formas imprescindíveis de desfrutar mais o Chile, depois de passar por Santiago, é degustando um dos melhores produtos de exportação do país diretamente na linha de produção vitivinícola.
Os caminhos da uva são muitos. Para quem aprecia os tintos, recomenda-se o vale do Colchagua, a cerca de duas horas da capital, uma das regiões líderes da produção de vinhos chilenos. No total, 40% dos 50 mil hectares da área são cobertos por vinhas, mas também é possível encontrar macieiras e pessegueiros.
A Rota do Vinho do vale de Colchagua foi desenvolvida por 12 das cerca de 30 vinícolas da região, entre as quais a Casa Silva e a Viu Manent. As variedades tintas (malbec, carmenère, merlot e cabernet sauvignon) representam 90% das vinhas do Colchagua, sendo que só a cabernet sauvignon responde por 50% das uvas.
No tour, o viajante conhece até cinco tipos de vinho, em uma autêntica aula dada por enólogos, que explicam as etapas da fabricação durante a visita às vinhas, mostrando o sistema industrial e os barris de carvalho utilizados para o descanso da bebida. Há um equipamento, uma espécie de balão, que é inflado com oxigênio e espreme a uva nas paredes, sem esmagá-las -ou seja, aquele processo visto em filmes de pessoas descalças pisando nas uvas já era.
Uma das boas surpresas é poder transitar em charretes entre as videiras e visitar um subsolo com vinhos preciosos trancados com cadeados. O turista é levado à sala de degustação, com arquitetura colonial. Nesse ponto, tem início uma nova aula: o enólogo ensina lições básicas para tomar o vinho. A primeira delas é inclinar o copo para analisar a cor da bebida. Depois, é preciso agitar a taça para sentir o aroma e, em seguida, tomar um pouco da bebida, fazendo bochechos para que toda a boca sinta o tipo do vinho.
As vinícolas têm lojas próprias no local, para o turista comprar o vinho que mais apreciou na degustação, com preços mais baixos que os encontrados no mercado.
Na Casa Silva, que produz nove milhões de litros de vinho por safra, os tours são oferecidos em seis horários diferentes, das 10h30 às 17h, todos os dias.
A fábrica, que é de 1937 e se modernizou nas últimas décadas, só passou a produzir com marca própria em 1997, ano em que a Casa Silva deixou de vender para outras empresas.
Já a Viu Manent foi fundada em 1935 por dois irmãos e tem produção anual de 2,5 milhões de litros -70% tinto, e o restante, branco, seguindo tendência verificada em todo o vale. A sede da vinícola é um casarão de estilo colonial espanhol, onde são servidos pratos típicos chilenos.
Para fazer o passeio completo, com um dia todo de atividades, visita a duas vinícolas e degustação de vinhos, além de transporte (em vans), alimentação e guia turístico, gastam-se de US$ 60 a US$ 140. Se o turista alugar um carro e percorrer o trecho sem guias, é possível visitar cada vinícola por cerca de US$ 15 por pessoa. Mapas podem ser comprados em Santiago por US$ 2.
(MARCELO TOLEDO)


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