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SOL ANDINO
Passeio de charrete por entre videiras, degustação de vinho e aulas com enólogos compõem visita a vinícolas
Tintos predominam na rota de Colchagua
DO ENVIADO ESPECIAL AO CHILE
Uma das formas imprescindíveis de desfrutar mais o Chile, depois de passar por Santiago, é degustando um dos melhores produtos de exportação do país diretamente na linha de produção vitivinícola.
Os caminhos da uva são muitos.
Para quem aprecia os tintos, recomenda-se o vale do Colchagua, a
cerca de duas horas da capital,
uma das regiões líderes da produção de vinhos chilenos. No total,
40% dos 50 mil hectares da área
são cobertos por vinhas, mas também é possível encontrar macieiras e pessegueiros.
A Rota do Vinho do vale de Colchagua foi desenvolvida por 12
das cerca de 30 vinícolas da região, entre as quais a Casa Silva e a
Viu Manent. As variedades tintas
(malbec, carmenère, merlot e cabernet sauvignon) representam
90% das vinhas do Colchagua,
sendo que só a cabernet sauvignon responde por 50% das uvas.
No tour, o viajante conhece até
cinco tipos de vinho, em uma autêntica aula dada por enólogos,
que explicam as etapas da fabricação durante a visita às vinhas,
mostrando o sistema industrial e
os barris de carvalho utilizados
para o descanso da bebida. Há um
equipamento, uma espécie de balão, que é inflado com oxigênio e
espreme a uva nas paredes, sem
esmagá-las -ou seja, aquele processo visto em filmes de pessoas
descalças pisando nas uvas já era.
Uma das boas surpresas é poder
transitar em charretes entre as videiras e visitar um subsolo com
vinhos preciosos trancados com
cadeados. O turista é levado à sala
de degustação, com arquitetura
colonial. Nesse ponto, tem início
uma nova aula: o enólogo ensina
lições básicas para tomar o vinho.
A primeira delas é inclinar o copo
para analisar a cor da bebida. Depois, é preciso agitar a taça para
sentir o aroma e, em seguida, tomar um pouco da bebida, fazendo bochechos para que toda a boca sinta o tipo do vinho.
As vinícolas têm lojas próprias
no local, para o turista comprar o
vinho que mais apreciou na degustação, com preços mais baixos
que os encontrados no mercado.
Na Casa Silva, que produz nove
milhões de litros de vinho por safra, os tours são oferecidos em seis
horários diferentes, das 10h30 às
17h, todos os dias.
A fábrica, que é de 1937 e se modernizou nas últimas décadas, só
passou a produzir com marca
própria em 1997, ano em que a
Casa Silva deixou de vender para
outras empresas.
Já a Viu Manent foi fundada em
1935 por dois irmãos e tem produção anual de 2,5 milhões de litros -70% tinto, e o restante,
branco, seguindo tendência verificada em todo o vale. A sede da
vinícola é um casarão de estilo colonial espanhol, onde são servidos
pratos típicos chilenos.
Para fazer o passeio completo,
com um dia todo de atividades,
visita a duas vinícolas e degustação de vinhos, além de transporte
(em vans), alimentação e guia turístico, gastam-se de US$ 60 a US$
140. Se o turista alugar um carro e
percorrer o trecho sem guias, é
possível visitar cada vinícola por
cerca de US$ 15 por pessoa. Mapas podem ser comprados em
Santiago por US$ 2.
(MARCELO TOLEDO)
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