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DE PORTAS ABERTAS
Cenários de fotos de casamento, monumentos têm recantos para namorar e oferecem belas paisagens
Castelos lusitanos inspiram romantismo
DA ENVIADA ESPECIAL A PORTUGAL
Os europeus têm facilidade de
anexar aos álbuns de casamento
fotos dignas de contos de fadas,
dada a quantidade de castelos salpicados pelo continente, e a regra
não tem exceção em Portugal.
Os casais são figurinhas fáceis,
por exemplo, no castelo de Ourém, na cidade medieval homônima a 10 km de Fátima. A revoada
de pássaros por entre as janelas
do edifício do século 15 parece
saudar os recém-casados.
Os convidados da festa, trajados
de terno e longo, sobem e descem
degraus irregulares e quebradiços
sem dificuldade, mesmo as mulheres de salto alto. Talvez tal destreza aconteça pela familiaridade
dos portugueses com essas ruínas
muradas que muitas vezes podem
ser visitadas gratuitamente.
Mas não é preciso ter contraído
núpcias para usufruir da atmosfera romântica dessas construções e
das suas belas vistas do alto, já que
tinham o objetivo de proteger as
cidades. Casais de namorados encontram recantos inspiradores
para um belo piquenique, principalmente nesta época do ano.
A brincadeira aninha os pombinhos com privacidade em castelos mais ermos, como o de Arraiolos, do século 14, de onde se
vêem as casinhas brancas que
abrigam as artesãs dos famosos
tapetes de lã bordados.
Também não deixa de proporcionar momentos idílicos o muito
freqüentado castelo de São Jorge,
na colina mais alta de Lisboa, com
seus corredores entre as torres e
as mesas ao ar livre com vista para
a capital, como um parque. Um
azulejo com um mapinha da cidade lá embaixo indica com flechas
o que o visitante está vendo.
A paisagem do castelo de Montemor-o-Velho, perto de Coimbra, inclui verdes campos de arroz
e milho às margens do rio Mondego. A região testemunhou a trágica história de amor do príncipe
Pedro e da plebéia Inês de Castro,
morta a mando do rei Afonso 4º
por condenar o romance. Dentro
dos seus muros, a igreja de Santa
Maria de Alcaçova, fundada em
1090, tem no altar uma rara imagem de Nossa Senhora grávida.
Sem famoso passado romântico, mas também digno de ser visitado principalmente pelo interesse histórico, o castelo de Belmonte
foi o primeiro lar de Pedro Álvares Cabral e começou a ser construído em 1266. A cidade muda de
cara a partir das duas janelas manuelinas que ainda restam.
Perto do castelo, a pia batismal
do descobridor do Brasil está inteira na pequena igreja de São Tiago e divide espaço com uma escultura gótica da Pietá. Grudado
no templo, o panteão da família
guarda resíduos mortais de Cabral retirados do seu túmulo em
Santarém.
(MARISTELA DO VALLE)
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