São Paulo, quinta-feira, 21 de julho de 2005

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Nascido em Illinois, sommelier ajuda comensal a escolher rótulo de saquê

DA ENVIADA ESPECIAL

Com uma extensa oferta de restaurantes, Las Vegas serve pratos gourmet de chefs premiados e comida "junkie" em bufês sem fim.
E por ser um local onde (quase) tudo é possível, os comensais muitas vezes são surpreendidos com serviços pouco comuns.
Quem se senta à mesa do restaurante Shibuya, no MGM Grand, é brindado com uma carta que, à primeira vista, parece ser a de uma enorme adega de vinhos. No entanto, ao abrir o gordo menu, o comensal se depara com uma extensa lista de saquês, com mais de 70 rótulos.
Sem saber muito bem combinar o que vai comer com a variedade de bebidas, a presença do sommelier de saquês é importante. E, quando ele aparece, a surpresa é inevitável: o especialista no fermentado de arroz não é japonês. Mas sim um varão bem loirinho que nasceu no Estado de Illinois, na pequena e rural Princetown, onde sua família cria ovelhas e cavalos, por parte de mãe, e cultiva soja e milho, por parte de pai.
Ao se deparar com essa figura improvável, descendente de suecos e de italianos do norte, fica difícil tentar traçar uma trajetória que explique sua atual profissão. Mas ele explica: depois de se formar em antropologia, com ênfase em estudos sobre a América Central, Eric Swanson ficou sem saber ao certo o que fazer. Por indicação de um amigo da família, arrumou um emprego em uma empresa de computação em Oita, no Japão. Lá, durante a semana, trabalhava com computadores e, nos fins de semana, em vez de descansar, virava barman. Foram quatro anos morando no Japão -depois de Oita, mudou-se para Kitsuki-, tempo suficiente para que ele visitasse todas as regiões produtoras de saquê e conhecesse muitas das 1.500 "breweries" de saquê.
De volta aos EUA, rumou a Nova York, onde formulou a carta de saquês de diversos restaurantes. A Big Apple foi o último lar de Swanson antes de Las Vegas.
Ali, no restaurante, oferece degustação de saquês harmonizados com o menu-degustação servido pelo chef, ou simplesmente ajuda as pessoas a descobrirem qual é o rótulo mais adequado ao prato que irão comer.
A bebida não é servida nos tradicionais copinhos quadrados e pequenos. Vem em taças de cristal, com o formato escolhido a partir das características do saquê servido. "Nas taças, a degustação é feita em outro nível, pode-se observar o líquido, e os aromas são realçados", diz Swanson, que, dessa forma, busca incentivar as pessoas a apreciar o saquê da mesma forma que fazem com o vinho. (HL)


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