São Paulo, quinta-feira, 23 de fevereiro de 2006

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VISÕES HÚNGARAS

Basílica, dedicada ao rei Estevão, guarda sua mão direita, e tour pelo Parlamento exibe sua coroa

Peste homenageia monarca e exalta cenário artístico

EM BUDAPESTE

Peste, de ruas largas que abrigam charmosos cafés, teatros, lojas e museus, também guarda dois dos principais ícones da nação húngara. Um deles fica na basílica dedicada ao rei e santo Estevão 1º. Trata-se da mão direita, mumificada, do monarca. A relíquia de mil anos fica em um pequeno baú de vidro, que é iluminado quando turistas curiosos depositam uma moeda de cem florins numa caixinha.
A relíquia, apesar de sua importância, não é o item mais chamativo da basílica. Mais bela é a decoração no teto do domo de 96 m da catedral neoclássica, de 1906. É possível subir uma escadaria de 370 degraus ou usar um elevador para ter uma visão geral da região.
O outro símbolo da Hungria é uma coroa; pertenceu a Estevão e está guardada em um salão no Parlamento. A construção ficou pronta em 1902, mas logo em seguida teve de passar por reformas, porque o material usado para erguê-la não era dos melhores. Os arquitetos investiram mais no desenho harmonioso da construção, um misto de neogótico, bizantino e barroco, entre outros, e em sua rica decoração interior.
A visita ao Parlamento é guiada e feita em diferentes idiomas, com hora marcada. Prepare-se para pegar uma fila, pois os tours são bastante disputados.

Música e artes
O rico cenário artístico e musical da capital se destaca nos endereços em Peste. Basta passar em frente à Academia de Música Franz Liszt para entender por que: você vai ouvir os estudantes praticando com seus instrumentos. Concertos são realizados em seu interior ricamente decorado. Se você gosta de música erudita, o mais indicado é assistir a uma das concorridas apresentações na Ópera (www.opera.hu). Mesmo quem não aprecia esse tipo de música pode pelo menos ver o prédio de 1884 de perto ou participar de uma das visitas guiadas.
O teatro Erkel, a segunda casa de ópera da capital, é muito procurado pelos moradores, que chegam usando seus melhores trajes formais. A Ópera fica na rua Andrássy, que, junto do entorno do Danúbio e do distrito do Castelo, é tombado pela Unesco.
Se você não for um aficionado por música erudita, mas quiser ouvir algo leve, uma opção é a apresentação Donau Danube Koncert, no teatro Duna Palota (a partir de 6.400 florins, R$ 64). Os músicos tocam peças curtas e conhecidas de compositores como Liszt, Bartók, Brahms e Strauss. O público é formado basicamente por turistas. O mesmo grupo organiza apresentações de dança folclórica.
Peste é um bom lugar para caminhar, sem hora para voltar, apreciando a arquitetura da capital. Uma obra-prima de um dos mestres da arquitetura húngara, Ödön Lechner, é o Museu de Artes Decorativas, do final do século 19. Ali estão os azulejos de cerâmica coloridos, na fachada e no telhado, mas com detalhes que lhe conferem um ar oriental. No interior, o pátio é inspirado no palácio de Alhambra, em Granada, na Espanha. Ali estão expostos móveis e artigos decorativos do dia-a-dia.
No final de um dia de passeio por Peste, as atenções voltam-se novamente ao Danúbio e a uma última caminhada para apreciar as colinas de Buda, com o Palácio Real iluminado sobre a ponte Széchenyi. Depois, é só procurar um dos muitos cafés para descansar e relaxar. (CHIAKI KAREN TADA)


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