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Divisão racial vai além de negro, mulato e branco
DO ENVIADO ESPECIAL
Não há só brancos e negros
na África do Sul. Há várias etnias. As mais importantes são
zulu, majoritária, e xhosa, mais
influente na política.
Brancos podem ser britânicos e africâners. Há, ainda, "coloureds" (mulatos) e indianos.
Os zulus vivem principalmente na Província de KwaZulu-Natal. Apesar de majoritários, não integram a elite política. Isso se deve às ligações do
partido Inkhata com o apartheid, por mais paradoxal que
pareça. As lideranças zulus,
que defendiam a criação de um
Estado independente em KwaZulu-Natal, se opuseram ao
CNA (Congresso Nacional
Africano), principal grupo de
combate ao regime racista.
Os xhosa ocuparam o governo e elegeram os dois primeiros presidentes negros: Nelson
Mandela e Thabo Mbeki.
Hoje, o Inkhata tenta crescer,
mas, ao defender só interesses
zulus, não vira uma força nacional. Já o CNA, apesar de ser
controlado por negros, tem
brancos em seus quadros e
uma política mais conciliadora.
Os xhosa vivem no Cabo
Oriental, perto de Port Elizabeth. São identificados pela forma como dizem o nome da etnia, estalando a língua.
Os "coloureds" são originários da mistura de brancos e
negros séculos atrás. No apartheid, estavam acima dos negros, no mesmo degrau de indianos, que vivem em Durban,
e malaios do Cabo, descendentes de escravos asiáticos.
Os africâners, a maioria de
origem holandesa, são 60% dos
brancos. Falam africâner, mescla de holandês do século 17 e
de línguas africanas, usado por
"coloureds" também.
Eles implementaram o apartheid e tiveram seus próprios
Estados, o Transvaal e o Orange. Os britânicos sempre representaram a elite econômica do
país, junto aos africâners.
(GC)
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