São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 2005

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Divisão racial vai além de negro, mulato e branco

DO ENVIADO ESPECIAL

Não há só brancos e negros na África do Sul. Há várias etnias. As mais importantes são zulu, majoritária, e xhosa, mais influente na política.
Brancos podem ser britânicos e africâners. Há, ainda, "coloureds" (mulatos) e indianos.
Os zulus vivem principalmente na Província de KwaZulu-Natal. Apesar de majoritários, não integram a elite política. Isso se deve às ligações do partido Inkhata com o apartheid, por mais paradoxal que pareça. As lideranças zulus, que defendiam a criação de um Estado independente em KwaZulu-Natal, se opuseram ao CNA (Congresso Nacional Africano), principal grupo de combate ao regime racista.
Os xhosa ocuparam o governo e elegeram os dois primeiros presidentes negros: Nelson Mandela e Thabo Mbeki.
Hoje, o Inkhata tenta crescer, mas, ao defender só interesses zulus, não vira uma força nacional. Já o CNA, apesar de ser controlado por negros, tem brancos em seus quadros e uma política mais conciliadora.
Os xhosa vivem no Cabo Oriental, perto de Port Elizabeth. São identificados pela forma como dizem o nome da etnia, estalando a língua.
Os "coloureds" são originários da mistura de brancos e negros séculos atrás. No apartheid, estavam acima dos negros, no mesmo degrau de indianos, que vivem em Durban, e malaios do Cabo, descendentes de escravos asiáticos.
Os africâners, a maioria de origem holandesa, são 60% dos brancos. Falam africâner, mescla de holandês do século 17 e de línguas africanas, usado por "coloureds" também.
Eles implementaram o apartheid e tiveram seus próprios Estados, o Transvaal e o Orange. Os britânicos sempre representaram a elite econômica do país, junto aos africâners. (GC)


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