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Fachada impenetrável esconde instabilidades
Sob intensa repressão, surge sinal de insatisfação na Coreia do Norte
Tensão mais recente entre as duas Coreias
foi deflagrada pelo afundamento de um navio sul-coreano
MARCELO NINIO
EM AMSTERDÃ
Os confrontos na fronteira
da Coreia do Norte com a Coreia do Sul reacendem periodicamente a tensão na chamada "última fronteira da
Guerra Fria".
A mais recente foi deflagrada por um navio de guerra
sul-coreano que afundou no
dia 26 de março próximo à
Coreia do Norte, causando a
morte de 46 tripulantes.
E isso, mesmo depois de
uma investigação internacional indicar que o navio havia
sido atingido por um torpedo
norte-coreano.
A demonstração de força
pode estar ligada a incertezas
internas, para observadores.
Segundo eles, o excêntrico
Kim Jong-il jamais teria se recuperado de um derrame sofrido em 2008, o que acionou
o processo sucessório.
SUCESSÃO "DINÁSTICA"
Um dos filhos do ditador,
apontado como possível herdeiro do "trono", teria ordenado o ataque à corveta sul-coreana para mostrar ao
mundo que manterá a linha-dura do pai e do avô, Kim Il-sung, que é considerado o
"pai" da Coreia do Norte .
Há outros fatores de instabilidade. Mesmo sob intensa
repressão, surgem sinais de
insatisfação popular com a
economia arruinada e a extrema carestia, mantendo vivo o trauma da grande fome
dos anos 90, que matou 10%
da população.
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