São Paulo, quinta-feira, 24 de junho de 2010

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Ida à Coreia do Norte é para iniciados

Guias turísticos, vigiados por 24 horas, mostram versão suavizada das privações impostas pelo regime fechado

Até mesmo viajantes experientes sentem choque em Pyongyang, capital da mais longa ditadura da atualidade


SÉRGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A PYONGYANG

A Coreia do Norte não é para principiantes. Última fronteira da chamada Guerra Fria, a visita ao país é um choque cultural até para turistas aventureiros.
Capital da mais longa ditadura do planeta na atualidade, Pyongyang é um imenso museu do stalinismo a céu aberto. Largas avenidas, imponentes monumentos e milhares de pessoas andando pelas ruas servem de cenário para o maior culto a personalidade do mundo atual.
Comandante do país por 49 anos, Kim Il-sung é celebrado em toda a Coreia do Norte. Morto em 1994, é chamado de ""pai da nação". Seu filho e sucessor, Kim Jong-il, é, hoje, o dirigente máximo.
Vigiados 24 horas por "guias turísticos", que atuam mais como polícia política, os estrangeiros convivem com uma versão um pouco mais suavizada das privações impostas pelo regime.
Os celulares são confiscados já no aeroporto. Os apagões constantes, a proibição ao uso de internet e a impossibilidade de andar sozinho na cidade fazem parte do roteiro. Até as ligações telefônicas são difíceis e caras.
Shoppings e baladas não existem na Coreia do Norte, que vive praticamente às escuras durante a noite. Todos os setores da economia são controlados pelo Estado.
O país recebe poucos turistas de países ocidentais. A maioria dos estrangeiros são chineses, russos e japoneses.
Os turistas se hospedam nos poucos hotéis internacionais. O mais luxuoso é o Yanggakdo, perto do centro.
Lá, telefonemas são monitorados, documentos recebidos pelos turistas por fax são filtrados e cartas podem não chegar ao destino. O passaporte é confiscado pelos guias, que só devolvem no dia da volta.


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