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Ida à Coreia do Norte é para iniciados
Guias turísticos, vigiados por 24 horas, mostram versão suavizada das privações impostas pelo regime fechado
Até mesmo viajantes experientes sentem choque em Pyongyang, capital da mais longa ditadura da atualidade
SÉRGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A PYONGYANG
A Coreia do Norte não é para principiantes. Última fronteira da chamada Guerra
Fria, a visita ao país é um
choque cultural até para turistas aventureiros.
Capital da mais longa ditadura do planeta na atualidade, Pyongyang é um imenso
museu do stalinismo a céu
aberto. Largas avenidas, imponentes monumentos e milhares de pessoas andando
pelas ruas servem de cenário
para o maior culto a personalidade do mundo atual.
Comandante do país por
49 anos, Kim Il-sung é celebrado em toda a Coreia do
Norte. Morto em 1994, é chamado de ""pai da nação". Seu
filho e sucessor, Kim Jong-il,
é, hoje, o dirigente máximo.
Vigiados 24 horas por
"guias turísticos", que atuam
mais como polícia política,
os estrangeiros convivem
com uma versão um pouco
mais suavizada das privações impostas pelo regime.
Os celulares são confiscados já no aeroporto. Os apagões constantes, a proibição
ao uso de internet e a impossibilidade de andar sozinho
na cidade fazem parte do roteiro. Até as ligações telefônicas são difíceis e caras.
Shoppings e baladas não
existem na Coreia do Norte,
que vive praticamente às escuras durante a noite. Todos
os setores da economia são
controlados pelo Estado.
O país recebe poucos turistas de países ocidentais. A
maioria dos estrangeiros são
chineses, russos e japoneses.
Os turistas se hospedam
nos poucos hotéis internacionais. O mais luxuoso é o
Yanggakdo, perto do centro.
Lá, telefonemas são monitorados, documentos recebidos pelos turistas por fax são
filtrados e cartas podem não
chegar ao destino. O passaporte é confiscado pelos
guias, que só devolvem no
dia da volta.
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