São Paulo, segunda-feira, 26 de agosto de 2002

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CONGRESSO DA ABAV

Para Tasso Gadzanis, presidente da entidade e crítico das empresas aéreas, setor precisa investir em inovação

"Agente de viagens deve ousar e planejar"

Fotos Geyson Magno/ Ag.Lumiar
Passista de frevo se apresenta no estande no Estado de Pernambuco no 30° Congresso da Abav, que terminou em Recife no sábado


SILVIO CIOFFI
EDITOR DE TURISMO

Em seu discurso na abertura do 30º Congresso Brasileiro das Agências de Viagens (Abav), que terminou sábado à noite em Recife, o presidente nacional da entidade, Tasso Gadzanis, exortou os profissionais do setor à atualização profissional e a adotarem "uma perspectiva perseverante e criativa", brigando pela sobrevivência "sem autofagia" e cobrando pelos serviços que prestam. Também disse que os "agentes devem ousar e planejar".
Gadzanis fez duras críticas às companhias aéreas, que diminuíram o comissionamento da venda de bilhetes, afirmando que "um dirigente de transportadora aérea nacional declarou aos jornais que 80% de sua receita é de responsabilidade dos agentes" e que "esse percentual chega a 95% em empresas internacionais".
Com o tema "Turismo forte, país desenvolvido", o congresso deste ano divulgou que o turismo brasileiro é responsável por 5,4 milhões de empregos e discutiu temas como "A rentabilidade e a análise de risco nas agências de viagens" e "O turismo na pauta dos candidatos à Presidência".
Último evento itinerante da Abav -já que a partir de 2003 a feira deverá ser realizada sempre no Rio-, o congresso deste ano deve gerar cerca de R$ 3,5 bilhões em negócios futuros.
Com participantes de 27 países, o congresso ocupou uma área de 11.000 m2 no Centro de Convenções de Recife, onde 600 empresas e órgãos oficiais de fomento turístico mostraram seus produtos em 160 estandes para um público estimado em 15 mil pessoas.
Na cerimônia de abertura, na noite do dia 21, além de Gadzanis, cujo nome o presidente da Abav-PE não conseguiu pronunciar, falou Caio Luiz de Carvalho (ministro do Esporte e Turismo), que adotou um tom saudosista, lembrando eventos anteriores e afirmando que "o turismo é um instrumento para diminuir as dificuldades sociais e regionais".
Também presente, Jarbas Vasconcelos (governador de Pernambuco pelo PMDB e candidato à reeleição) citou números de visitantes no Estado e a duplicação da capacidade do aeroporto dos Guararapes, afirmando que o turismo pode se tornar um grande gerador de empregos e de divisas.
A mesa da cerimônia de abertura reuniu ainda personalidades como Gustavo Krause (ex-ministro, ex-governador de Pernambuco e ex-prefeito de Recife), João Paulo Lima e Silva (atual prefeito da capital pernambucana), Luciana Santos (prefeita de Olinda) e os presidentes da TAM, Daniel Mandelli Martin, e da Vasp, Wagner Canhedo, este o mais aplaudido pelos agentes, pois sua empresa vem mantendo o índice de remuneração dos agentes de viagens.
Arnim Lore, o novo presidente da Varig, não participou da abertura. Em seu lugar estavam Roberto Macedo, vice-presidente comercial da companhia, João Roberto Sabino, presidente da Nordeste, e George Ermakoff, presidente da Rio Sul, coligadas da Varig que, a partir do dia 2 de setembro, deverão ser fundidas à empresa-mãe, providência que integra um plano de reestruturação da empresa, cuja dívida é estimada em US$ 900 milhões.
O mercado brasileiro tem hoje mais de 7.000 agências de viagens e, segundo a Abav, é responsável, a despeito da crise, por uma fatia da ordem de 3,3% do PIB anual.
Otimista num quadro de crise internacional, Gadzanis disse, durante o evento, que "embora a situação do turismo esteja complicada no mundo, o Brasil vai de vento em popa, pois quanto mais sobe o dólar, melhor fica o turismo interno". Para ele, "em 2002 deverão vir ao Brasil cerca de 4,8 milhões de turistas estrangeiros -15% mais que no ano passado-, apesar de termos perdido 600 mil visitantes argentinos".

Silvio Cioffi, enviado especial a Recife, viajou a convite da Abav e da Visa.


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