São Paulo, quinta-feira, 27 de março de 2008

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Nos EUA, Gibran formou movimento literário

DO ENVIADO ESPECIAL AO LÍBANO

O caráter universal da obra de Gibran passa pela viagem física, aliada ao movimento espiritual, que evidenciou duas vocações: a pintura e a escritura.
Entre os artistas simbolistas associados a Gibran estão Albert Pinkham Ryder, Arthur B. Davies, Maurice Maeterlinck e Josephine Peabody. Em Paris, no turbilhão estético do início do século 20, teve contato com Auguste Rodin e Pablo Picasso.
Gibran utilizou-se do alfabeto, legado fenício, para expressar sua crença no poder curativo do amor universal e da unidade da existência.
Entre os temas que se destacam em seus livros estão reencarnação, críticas à autoridade religiosa, a noção de um Deus antropomórfico e a defesa da liberdade. A presença bíblica permeia sua obra, e seus escritos retratam crenças fenícias, religiões da Índia e da Mesopotâmia, ademais das abraâmicas, respeitadas por igual.
Em "Asas Quebradas", rompe com a prosódia clássica, e cada palavra é um grito de revolta; cada página, um temporal.
Como ocorre com freqüência no movimento de renovação literária árabe, na obra de Gibran o embate entre o material e o espiritual faz-se explícito.
Sua escrita de poema em prosa, o uso revolucionário da linguagem, os aforismos e as alegorias contribuíram para mudar o curso da literatura árabe.
Gibran tinha a intenção de formar um grupo que atuaria como porta-voz de um novo movimento literário sediado no Mahjar ("o lugar da imigração", em árabe).
Em 20 de abril de 1920, oito poetas e escritores árabes reuniram-se em Nova York para formalizar os objetivos do grupo, que passou a se chamar "Arrábita alqalamiyya".
O debate versou sobre a contribuição dos escritores no exílio para promover uma reforma literária ao conceder-lhe novo alento. O movimento lançou bases para uma revolução no pensamento árabe.
Na literatura do Mahjar, observam-se a nostalgia do lar abandonado, a criação de metros e formas estróficas novas, um sentimento profundo de admiração e vínculo com a natureza e metáforas revigoradas. (PDF)


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