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ECOTURISMO PEGA FOGO
Forasteiros muitas vezes se encantam pela região e se estabelecem por lá
Chapada costuma segurar visitantes
SALVADOR NOGUEIRA
ENVIADO ESPECIAL A MATO GROSSO
Para quem quer embarcar numa jornada de integração com a
natureza, um bom lugar para visitar é o município de Chapada dos
Guimarães, ao lado do parque nacional de mesmo nome, em Mato
Grosso. Mas cuidado: quem for
corre o risco de não querer mais
voltar para casa.
É impressionante a quantidade
de paulistas que topou com esse
município de apenas 12 mil habitantes a 65 km de Cuiabá e decidiu
se estabelecer por lá. É o caso do
paulistano Jorge Belfort Mattos
Jr., professor de história, que conheceu a região no início dos anos
80. Decidiu ficar por lá e montou
uma agência de turismo.
Hoje a Eco Turismo Cultural
(www.chapadadosguimaraes.com.br) é uma das três que prestam serviços na região, mostrando sua riqueza natural e histórica.
A cidade surgiu na época dos
bandeirantes como Chapada de
Santana. O nome mudou para
Chapada dos Guimarães por ordem da Coroa portuguesa em
1782, em referência a uma cidade
homônima de Portugal.
Ainda há traços fortes do garimpo, exploração inicial da região.
Uma de suas figuras quase folclóricas é um velho garimpeiro conhecido como seu Salvador.
Habitante do distrito de Água
Fria, ele é dono de uma antiga mina (que adquiriu décadas atrás,
após sonhar com um grande diamante e, em seguida, encontrá-lo)
e deixa os visitantes darem uma
peneirada em sua propriedade,
mas cobra uma taxa para isso.
A região ficou mais conhecida
depois que o programa "No Limite" mostrou suas lindas paisagens, embora a produção da Globo tenha optado por chamar o local de "Chapada dos Ventos".
O local tem um incrível valor
histórico (e pré-histórico, por
suas pinturas rupestres), mas o
que salta aos olhos é a natureza.
Para preservar a fauna e a flora locais, dignas representantes do que
há de melhor no cerrado, o governo criou o Parque Nacional da
Chapada dos Guimarães, de 330
km2. A entrada custa R$ 5.
No parque, onde o camping não
é permitido e fotografias só podem ser feitas com autorização
prévia do Ibama, estão atrações
como a Cidade de Pedra, uma formação natural de várias colunas
de pedras, mas que lembram
construções feitas pelo homem.
Para além das formações de arenito há um imenso penhasco, de
onde é possível vislumbrar os
enormes paredões da chapada.
Também dentro do parque está a
famosa cachoeira Véu de Noiva,
de 86 m, a mais alta da região.
A chapada e seus arredores são
ricos em corredeiras e cachoeiras.
Um exemplo é Martinha, um
complexo de cinco quedas-d'água, que fica em uma área particular, onde é possível acampar.
Quem resolver se aventurar pelo parque sem guia poderá ter dificuldades. As trilhas são razoavelmente abertas, mas uma bússola e um mapa talvez ajudem. Há
ainda histórias de guias mal-intencionados que tiram ou bagunçam as placas de sinalização, confundindo os desavisados.
A estrutura hoteleira é razoavelmente robusta. Pode-se optar por
um estilo totalmente "pró-natureza", em acampamento, ou por
algo mais confortável, como um
hotel. Vale a pena lembrar que o
contato com a natureza tem seu
preço, e repelente e protetor solar
são indispensáveis.
Salvador Nogueira viajou a convite da
Secretaria de Turismo do Estado de Mato
Grosso
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