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Esculturas de artista octogenária compõem um ateliê a céu aberto
DO ENVIADO ESPECIAL
Há um ateliê a céu aberto
em Corumbá de Izulina Xavier. Por toda a cidade há esculturas dessa senhora de 81
anos, que só aos 60 foi colocar
a mão na massa. Suas obras
decoram tanto a praça central
como as piscinas dos hotéis.
Até o Cristo Redentor e a via-sacra no mirante da cidade
saíram de suas mãos.
Seu ateliê mesmo chama-se Art Izu. Fica numa casa
grande, com um terreno contíguo, onde estão expostos
móveis, peças sacras, esculturas e painéis de madeira, concreto, pó de pedra ou barro.
A visita ao local conta sempre com a presença da própria Izulina. Com sorriso
constante e muitas histórias,
ela faz parte da própria identidade cultural de Corumbá.
Mesmo quem nunca ouviu
falar dela, ficará tentado a entrar no ateliê só de passar na
sua frente. A fachada é decorada com suas esculturas, e a
calçada é uma espécie de "hall
da fama" de seus amigos.
Quem ela convida deixa lá seu
nome e um recado.
Izulina sempre foi vocacionada às artes, mesmo antes
de descobrir a escultura. Até
os 60 anos, já havia publicado
seis romances, cinco cordéis e
um livro infantil. Viúva de um
fazendeiro, quase perdeu a
casa em que morava, depois
que seu marido avalizou o
empréstimo malsucedido de
um amigo. Após um acordo
com o banco, "dona" Izulina
cumpriu a promessa feita caso ficasse com a casa: construiu uma estátua de são
Francisco de três metros de
altura, hoje na entrada de seu
ateliê. E não parou mais.
Após ter quebrado o braço
num acidente doméstico, a
escultora trocou a madeira
pelo cimento, mais leve e maleável. Nem por isso passou a
produzir menos: construiu
por conta própria um painel
de 22 quadros de 3 m por 2,5
m, no qual conta a história de
Corumbá até o começo do século 19. Dedicada, está construindo mais 21 quadros, com
a história mais recente.
ART IZU
Rua Cuiabá, 558; funciona diariamente
Tel.: 0/xx/67/3231-2040
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