DO ENVIADO ESPECIAL À CROÁCIA

Pouco depois de desembarcar em Split, o repórter foi à praia de Bacvice -no centro histórico da cidade, a cerca de 20 minutos de caminhada a partir do porto- e presenciou dois croatas jogando frescobol sem as raquetes.
Croatas que talvez experimentassem uma ressaca inédita. Raquetes que talvez fossem artigo raro no litoral da Croácia. O repórter ainda não havia decidido qual a opção mais plausível quando, um pouco mais adiante, viu outros sete jogadores -outra dupla e um grupo de cinco- jogando exatamente a mesma coisa.
Todos estavam dentro da água. Todos estapeando, empolgados, as bolinhas emborrachadas. Alguns, apesar de não estarem imersos além das panturrilhas, jogavam-se sem receio para todos os lados, de um jeito que não devia em nada ao dos jogadores de vôlei.
E tudo foi ficando ainda mais surreal dali em diante. Três juízes debaixo de uma tenda branca anotavam o desempenho do grupo de cinco. Um outdoor com um homem de sunga saltando na água para esbofetear a bolinha chamava para um campeonato. E um homem esculpido em uma pedra (!), em posição de mergulho muito parecida com a do jogador do outdoor, em uma obra a 200 metros de Bacvice, imortalizava o pelo jeito famoso frescobol na base do tapão.
O picigin, jogado pela primeira vez há 99 anos, é uma ramificação do pólo aquático. A intenção é manter a bola o máximo de tempo possível sem contato com a água. Em inúmeras piscinas pelo mundo, talvez as crianças pratiquem o esporte sem saber. A praia de Bacvice é justamente uma das referências no esporte. A página www.picigin.org trata do assunto. No link "poveznice" é possível assistir a vídeos. (TM)

Texto Anterior: Croácia: Split foi atacada por navio com seu nome
Próximo Texto: Croácia: Cidade vive em palácio de 1.700 anos
Índice