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"PURA VIDA"
Nas estradas, propinas são uma pedra no caminho
Policiais pedem "café" para não multar; de Tamarindo a San José, há trechos em que limite é de 25 km/h
DA ENVIADA ESPECIAL
A Costa Rica seria perfeita se
não fosse um detalhe: o café.
Não o bom café que o país centro-americano exporta para o
resto do mundo. É o "café" de
alguns maus policiais -no caso,
policiais das estradas. Ao alugar
um carro, a companhia avisou,
extra-oficialmente: não dê
mais de US$ 10 de propina.
Dito e feito, no dia 7 de janeiro, das 8h às 13h, fomos parados
quatro vezes de Tamarindo a
San José. Na ida, nenhuma vez.
A explicação é que fomos à noite para a praia. Na volta, era dia.
E a prancha no carro denunciava "gringos" na direção.
Na primeira vez, convencemos o guarda de que não havia
ocorrido infração e, sem "café",
seguimos em frente.
A cerca de 40 minutos, aconteceu de novo. Na principal estrada costarriquenha há trechos em que o limite de velocidade é 25 km/h. Portanto, ao
atingir 60 km/h não dava para
deixar passar. A multa: US$ 40.
Ele foi rápido, pediu US$ 10 e
"não se fala mais nisso".
Mais meia hora, e outra parada. Dessa vez, o guarda alegou
velocidade de 93 km/h -e falou
em uma multa ainda mais alta.
Pediu US$ 20. Sim, eles pedem.
Quase chegando a San José, a
quarta parada. O motivo alegado era uma ultrapassagem
"proibida". "Choramos", nada
de propina e chegamos a San
José. A sensação que ficou é
que deveríamos ter viajado à
noite e dormido em San José-
investindo o dinheiro em um
bom hotel.
(MARIANA DESIMONE)
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