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São Paulo, segunda-feira, 31 de março de 2003

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Casa trilha rumo de Mondrian à abstração

DO ENVIADO ESPECIAL

Ao espectador pouco familiarizado com arte, os quadrados coloridos pintados pelo holandês Piet Mondrian (1872-1944) são só quadrados coloridos. "Até eu faria esse treco" é pensamento corrente. Mas a sofisticada geometria do pintor esconde nos bastidores uma trajetória nada quadrada.
Quem chegar a Haia antes de 20 de abril poderá acompanhar todo esse caminho -e como havia pedras no meio do caminho. O Gemeente Museum (www.gemeentemuseum.com; pronuncia-se "remente"), na cidade, hospeda até essa data a mostra "Caminho para a Abstração", com 110 obras e desenhos iniciais de Mondrian.
Inaugurada no Museu d'Orsay, em Paris, no ano passado, a exposição é um documento de primeira grandeza para acompanhar o nascimento da arte abstrata.
O pintor holandês, como quase todos os artistas, iniciou a carreira retratando as coisas como cada um de nós as vê, caso da natureza-morta de 1893 que "fotografa" um peixe e limões amarelos.
Mesmo enquanto ainda tateava em busca de seu estilo, o artista já demonstrava uma percepção muito aguçada das possibilidades de decomposição da realidade em formas geométricas.
Assim, quando seu olhar topou, em 1911, em Paris, com o recém-nascido cubismo, de Picasso e Braque, Mondrian percebeu que não estava só e se enfurnou totalmente nos ângulos retos.
De fora da mostra, pinturas posteriores a 1914, aí sim os "quadrados coloridos", podem ser vistas na coleção permanente do museu, que tem, entre outras, uma preciosa tela da série "Boogie Woogie". (CEM)

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