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Casa trilha rumo de Mondrian à abstração
DO ENVIADO ESPECIAL
Ao espectador pouco familiarizado com arte, os quadrados coloridos pintados pelo holandês
Piet Mondrian (1872-1944) são só
quadrados coloridos. "Até eu faria esse treco" é pensamento corrente. Mas a sofisticada geometria
do pintor esconde nos bastidores
uma trajetória nada quadrada.
Quem chegar a Haia antes de 20
de abril poderá acompanhar todo
esse caminho -e como havia pedras no meio do caminho. O Gemeente Museum (www.gemeentemuseum.com; pronuncia-se
"remente"), na cidade, hospeda
até essa data a mostra "Caminho
para a Abstração", com 110 obras
e desenhos iniciais de Mondrian.
Inaugurada no Museu d'Orsay,
em Paris, no ano passado, a exposição é um documento de primeira grandeza para acompanhar o
nascimento da arte abstrata.
O pintor holandês, como quase
todos os artistas, iniciou a carreira
retratando as coisas como cada
um de nós as vê, caso da natureza-morta de 1893 que "fotografa" um
peixe e limões amarelos.
Mesmo enquanto ainda tateava
em busca de seu estilo, o artista já
demonstrava uma percepção
muito aguçada das possibilidades
de decomposição da realidade em
formas geométricas.
Assim, quando seu olhar topou,
em 1911, em Paris, com o recém-nascido cubismo, de Picasso e
Braque, Mondrian percebeu que
não estava só e se enfurnou totalmente nos ângulos retos.
De fora da mostra, pinturas
posteriores a 1914, aí sim os "quadrados coloridos", podem ser vistas na coleção permanente do
museu, que tem, entre outras,
uma preciosa tela da série "Boogie
Woogie". (CEM)
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