"Aguamarinha" - documentário sobre a fauna do arquipélago de Abrolhos; estréia em março na TV Cultura

da Reportagem Local

O cineasta Augusto Sevá e sua equipe de cinco pessoas passaram 90 dias -entre dez meses de 97- registrando, em condições precárias, a vida animal no Arquipélago de Abrolhos, na Bahia.
O resultado desse projeto que levou dez anos para ser viabilizado poderá ser visto em março na TV Cultura. O material, rodado em película e atualmente em fase de edição, será exibido em cinco episódios de 30 minutos -com o título "Aguamarinha".
A equipe trabalhou em condições "impróprias para o cinema". "O calor, a umidade, a poeira e a dificuldade de locomoção foram nossos inimigos constantes", conta o diretor, que se hospedou em uma das casas da Marinha no arquipélago.
Para se deslocar pelo conjunto de cinco ilhas, o grupo procurava as locações de barco e utilizava um bote inflável para saltar em terra. "Tivemos de usar malas impermeáveis para proteger o equipamento."
Para registrar o comportamento das aves e dos animais desse "santuário ecológico", a equipe teve de manter uma distância de, no mínimo, quatro metros. "Essa era a nossa margem de segurança para evitar que a nossa presença pudesse interferir no meio. E apenas duas pessoas ficavam no local de filmagem."
Entre as cenas registradas pela lente de Sevá se destaca o nascimento de uma andorinha do mar. "Ficamos das 9h às 16h esperando o ovo abrir."
Além de aves -que se reproduzem no arquipélago ou passam pelo local em suas viagens migratórias-, o diretor filmou tartarugas, corais e baleias.
Sevá pretende apresentar um documentário nos moldes dos produzidos pela BBC inglesa. Mas com um diferencial: ele quer dispensar a narração e usar apenas uma introdução antes de cada bloco. "As imagens falam por si só."



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice