São Paulo, Domingo, 04 de Abril de 1999
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PROGRAMA LIVRE
Novos quadros e participação de repórter policial estréiam na segunda quinzena deste mês
Groisman reforça reportagem

PATRICIA DECIA
da Reportagem Local

O "Programa Livre" vai levar uma "chacoalhada" a partir da segunda quinzena de abril. Mais jornalismo, a discussão da violência no país, música, cinema e futebol terão espaço fixo no programa de Serginho Groisman.
O criador, apresentador e diretor do "Programa Livre" está apostando em reportagem, área atualmente em baixa dentro do SBT, que reduziu ao mínimo seu departamento de jornalismo em São Paulo.
E aproveita para entrar de vez no debate sobre a violência, especialmente a que atinge o adolescente, mostrando histórias com um tom mais ético e menos sensacionalista.
Para isso, chamou o repórter policial Cláudio Júlio Tognolli, que conheceu durante a cobertura do caso da rua Cuba, em 1988, para fazer reportagens especiais a cada semana.
"Ele é preocupado com psicanálise, é roqueiro e foi fazer jornalismo policial com princípios éticos", diz Groisman.
Entre os temas possíveis para Tognolli estão o trote, os suicídios, mortes por ciúme e adolescentes que roubam adolescentes.
Além disso, o "Programa Livre" terá uma miniequipe de reportagem para entrar ao vivo, todos os dias, de algum ponto da cidade. O repórter (que ainda será contratado) vai mostrar o que acontece em São Paulo ou fará matérias ligadas ao tema ou ao convidado do programa.
Isso não significa, porém, que o "Programa Livre" vai virar telejornal. A estrutura que o consagrou e o mantém há oito anos na TV continua intacta. "Isso não vai mudar nunca", afirma o apresentador.
Mas agora serão mais frequentes as platéias homogêneas -seja por sexo, raça, profissão etc- e a inclusão de dados, como estatísticas ou mesmo a exibição de um filme, para municiar o debate (leia quadro nesta página).

Concorrência
Ibope e concorrência são palavras que parecem não abalar Serginho Groisman. Ele nega veementemente que as novidades no "Programa Livre" foram concebidas como uma reação aos programas de outras emissoras, como o "H", da Bandeirantes, que ganhou projeção com o sucesso da Tiazinha.
"Não faço televisão pensando no Ibope", afirma Groisman. Seus resultados de audiência, no entanto, são estáveis. Ele manteve a média entre 5 e 6 pontos (cada ponto equivale a cerca de 80 mil domicílios na Grande SP) durante o todo o ano de 98. Já o "H" oscilou entre 3 e 2 pontos no mesmo período.
"Hoje não é difícil buscar a grande audiência. É só colocar humor fácil, violência e musicais populares. Por isso é que se copia tanto. Mas eu quero fazer o que acho legal", diz.
Groisman também vem sendo assediado, informalmente, por outras emissoras de televisão, já que está em fase de renovação de contrato.
Há, inclusive, interesse da Rede Globo em seu passe. Ao que tudo indica, porém, o apresentador não deve deixar o SBT logo.


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