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PROGRAMA LIVRE
Novos quadros e participação de repórter policial estréiam na
segunda quinzena deste mês
Groisman reforça reportagem
PATRICIA DECIA
da Reportagem Local
O "Programa Livre" vai
levar uma "chacoalhada"
a partir da segunda quinzena de abril. Mais jornalismo, a discussão da violência no país, música, cinema e futebol terão espaço fixo no programa de
Serginho Groisman.
O criador, apresentador
e diretor do "Programa
Livre" está apostando em
reportagem, área atualmente em baixa dentro do
SBT, que reduziu ao mínimo seu departamento de
jornalismo em São Paulo.
E aproveita para entrar
de vez no debate sobre a
violência, especialmente a
que atinge o adolescente,
mostrando histórias com
um tom mais ético e menos sensacionalista.
Para isso, chamou o repórter policial Cláudio Júlio Tognolli, que conheceu
durante a cobertura do caso da rua Cuba, em 1988,
para fazer reportagens especiais a cada semana.
"Ele é preocupado com
psicanálise, é roqueiro e
foi fazer jornalismo policial com princípios éticos", diz Groisman.
Entre os temas possíveis
para Tognolli estão o trote,
os suicídios, mortes por
ciúme e adolescentes que
roubam adolescentes.
Além disso, o "Programa Livre" terá uma miniequipe de reportagem
para entrar ao vivo, todos
os dias, de algum ponto da
cidade. O repórter (que
ainda será contratado) vai
mostrar o que acontece em
São Paulo ou fará matérias
ligadas ao tema ou ao convidado do programa.
Isso não significa, porém, que o "Programa Livre" vai virar telejornal. A
estrutura que o consagrou
e o mantém há oito anos
na TV continua intacta.
"Isso não vai mudar nunca", afirma o apresentador.
Mas agora serão mais
frequentes as platéias homogêneas -seja por sexo,
raça, profissão etc- e a inclusão de dados, como estatísticas ou mesmo a exibição de um filme, para
municiar o debate (leia
quadro nesta página).
Concorrência
Ibope e concorrência são
palavras que parecem não
abalar Serginho Groisman.
Ele nega veementemente
que as novidades no "Programa Livre" foram concebidas como uma reação
aos programas de outras
emissoras, como o "H",
da Bandeirantes, que ganhou projeção com o sucesso da Tiazinha.
"Não faço televisão pensando no Ibope", afirma
Groisman. Seus resultados
de audiência, no entanto,
são estáveis. Ele manteve a
média entre 5 e 6 pontos
(cada ponto equivale a cerca de 80 mil domicílios na
Grande SP) durante o todo
o ano de 98. Já o "H" oscilou entre 3 e 2 pontos no
mesmo período.
"Hoje não é difícil buscar a grande audiência. É
só colocar humor fácil,
violência e musicais populares. Por isso é que se copia tanto. Mas eu quero fazer o que acho legal", diz.
Groisman também vem
sendo assediado, informalmente, por outras
emissoras de televisão, já
que está em fase de renovação de contrato.
Há, inclusive, interesse
da Rede Globo em seu passe. Ao que tudo indica, porém, o apresentador não
deve deixar o SBT logo.
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