São Paulo, domingo, 05 de maio de 2002

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Ator de "A Sete Palmos" diz que pensa mais na morte

PALOMA VARÓN
DA REDAÇÃO

HOJE, às 22h30, vai ao ar o segundo episódio de "A Sete Palmos", a série do HBO que é sucesso de público nos EUA, onde já estreou a segunda temporada. Na produção, que mistura drama e humor negro, a morte esta sempre presente no dia-a-dia de uma família de agentes funerários. O ator norte-americano Peter Krause, 36, que interpreta Nate, o irresponsável filho mais velho dos Fisher, disse ao TV Folha que não se incomoda em trabalhar numa série cujo argumento, para muitos, é mórbido.

"Nós tentamos negar a morte, não pensar nisso. Todos nós queremos viver o momento, mas todos vamos morrer, isso é um fato", afirma calmamente. Krause diz não ter problemas com a morte, mas admite que a série o fez pensar mais sobre o assunto. "A vida é uma meditação diária sobre a morte. Então, claro que a série me fez refletir muito sobre isso, mas eu já pensava antes. Só que agora talvez pense mais."
""A Sete Palmos" fala de temas comuns à humanidade, como a morte, a família e os relacionamentos. Por isso acho que vai agradar aos brasileiros como agrada aos americanos", diz Krause. A série tem roteiro de Alan Ball (vencedor do Oscar de melhor roteiro em 1999, por "Beleza Americana").
O ator vê semelhanças entre a sua experiência de vida e a de seu personagem. "Eu saí de casa aos 17 anos, como Nate fez. Eu também não gosto de assumir muitas responsabilidades. Mas a minha vida está muito mais direcionada que a dele", afirma Krause, formado em interpretação e integrante de companhias teatrais em Los Angeles, além de ter atuado em séries de TV como "Cybill", "Seinfeld" e "Sports Night".
Sem dúvida, os Fisher fazem com que as pessoas se debrucem sobre o tema de forma, no mínimo, divertida. Apesar disso, eles formam uma família normal, com problemas e diversidade. Viúva, a matriarca Ruth tem três filhos: Nate (Krause), David (Michael C. Hall), o filho do meio, que assume os negócios do pai (morto nos primeiros minutos do episódio de estréia) e, apesar da pose de durão, namora um policial, e a adolescente Claire (Lauren Ambrose), que, assim como Nate, não se adequa aos negócios da família. A caçula tem uma turma de amigos da pesada, com quem sai para beber e se drogar.
A atriz australiana Rachel Griffiths, que ganhou neste ano o Globo de Ouro de melhor atriz coadjuvante por seu papel na série, interpreta a namorada de Nate. Para Krause, todos os personagens têm uma carga de dramaticidade bem explorada. Ele só tem elogios ao roteirista, Alan Ball. "Ele é realmente muito bom; é incrivelmente generoso ao inventar personagens e permite que a gente crie em cima", diz. E completa: "Uma coisa que ele mostra, que poucos roteiristas fazem, é que o ponto de vista de todo mundo é válido. Eu acho que isso é importante porque, no mundo em que vivemos, às vezes é difícil contemplar diferentes aspectos de uma coisa".
Além do roteiro, Ball dirigiu alguns episódios da série, que conta com Rodrigo Garcia, Jim McBride, Kathy Bates e Jeremy Podeswa, entre outros, na direção. Isso garante algumas diferenças entre as histórias, mas o foco central continua o mesmo.
Em setembro, a equipe começa a filmar a terceira temporada. Cada uma é composta de 13 episódios. A primeira temporada ganhou o Globo de Ouro 2002 de melhor série dramática.


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