São Paulo, Domingo, 08 de Agosto de 1999
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3º Troféu Santa Clara 'premia' o pior da televisão em 98/99

da Redação

Nesta quarta-feira, dia 11, é dia de Santa Clara, a padroeira da televisão. Para marcar a data, a Folha promove pela terceira vez consecutiva o Troféu Santa Clara, que premia o pior da TV brasileira nestes últimos doze meses.
Assim como o Oscar (prêmio máximo do cinema) e o Emmy (o principal prêmio da TV dos EUA), o Santa Clara é dividido em categorias e contempla vários gêneros e formatos. O premiado é escolhido por um júri composto por 9 jornalistas da Folha.
Este ano, a premiação introduz novas categorias. São tantos os programas femininos, por exemplo, que o TV Folha decidiu criar o troféu "Comunidade Solidária" para o pior programa coordenado por uma mulher. O vencedor foi o "Programa Ana Maria Braga", da Record, extinto em abril com a transferência da apresentadora para a Rede Globo.
Da mesma maneira, para eleger o personagem que ocupa mais -ou pior- o tempo do telespectador, surge a categoria "Mala do Ano". O eleito foi Mister M, o senhor de todos os sortilégios, que na última semana pôde ser visto em vários programas de inúmeras emissoras e também ao vivo. Ufa!!! Como diz José Simão, "pena que esse tipo de mala não extravia ao chegar no Brasil".
Na área da teledramaturgia, Victor Fasano deu um tempo. Vencedor das outras duas edições do prêmio na categoria de pior ator, deixou o troféu "Ô, Coitado!" este ano para Carlos Alberto Riccelli, intérprete do sussurrante e inexpressivo João Batista de "Chiquinha Gonzaga". O mais irritante é que o tempo passava na minissérie, e Riccelli não envelhecia nem mudava de expressão.
A troféu "Força de um Bocejo", para a pior novela, foi ganho por "Brida", a produção da Manchete que teve de ser abreviada dados os baixos índices de audiência e devido também à calamitosa situação financeira da emissora.
O troféu "Ô, Coitada!", para a pior atriz, foi uma disputa apertada entre Patrícia França, Patrícia de Sabrit e Letícia Spiller. Venceu esta última, que, fazendo o papel de uma mulher má em "Suave Veneno", está simplesmente péssima. Segundo o editor do TV Folha, Francisco Martins da Costa, "é isso que dá uma paquita tingir os cabelos de preto".
Por falar em loiras, o troféu "Jeannie Não É um Gênio", concedido à loira menos inteligente, foi brilhantemente conquistado por Carola Scarpa, que revelou sem pudor os podres de seu casamento com o playboy Chiquinho Scarpa em vários programas de TV. "Ela perdeu tudo. Merecia ao menos esse prêmio", afirma o colunista Telmo Martino.
O troféu "Sasha de Galocha", para o pior programa infantil, foi conquistado pelo "Eliana & Alegria", da Record, que teve cinco votos. A apresentadora ficou apenas alguns dedinhos à frente do "Angel Mix", da Globo, e do "Bom Dia & Cia.", do SBT.
Na categoria de humor, a sitcom "A Guerra Dos Pintos", da Band, também ganhou por pouco o troféu "Maysa", conferido ao humorístico mais deprê. Segundo a colunista Barbara Gancia, "a família da versão nacional de "Married... with Children" é pinto perto dos Bundy, os originais".
O pior comunicador levou o troféu "DDD". O vencedor deste ano é Sérgio Mallandro, da CNT/ Gazeta. "Ele confundiu pegadinha com pesadelo", diz Barbara.
No ano que passou, vários programas tiveram seu ibope reduzido por causa de mudanças de horário ou mudanças de formato. O "Muvuca" de Regina Casé teve de sair do casarão do Humaitá e desfigurou-se na desesperada tentativa de conquistar a audiência. Com isso, faturou o troféu "Querida, Encolhi a Audiência".
Quem mudou e perdeu a graça foi o "Vitrine", da TV Cultura. Voltando à Globo, o "Samba, Pagode & Cia" mudou, mudou e mudou de novo, mas não adiantou nada. Foi tirado do ar.
Na TV paga, o pior de tudo foi considerado o preço dos jogos do Campeonato Brasileiro no pay-per-view. Enquanto um filme custa menos de R$ 5, uma partida como Santos x Criciúma custa R$ 17,90. "Pior que pagar tudo isso é quando o nosso time perde", afirma o colunista José Simão.


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