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Estréia de "Força de um Desejo", amanhã marca a volta do autor Gilberto Braga à faixa das seis, com uma história da época da abolição da escravatura, sua "patota" de atores preferidos - incluindo sua "musa" Sonia Braga à Rede Globo - e a árdua tentativa de superar os 35 pontos de audiência
A volta de Isaura
ANNA LEE
da Sucursal do Rio
Romantismo para ter audiência. A estréia amanhã
na Globo de "Força de um
Desejo", que pretende
resgatar os ideais do romantismo do século 19,
marca a volta das novelas
de época na faixa das seis.
O estilo já foi sucesso na
emissora nos anos 70,
quando novelas como
"Senhora" e "Escrava
Isaura" conquistaram o
público. Esta última ainda
é hoje a recordista de exportação da Globo.
"A opção por uma novela de época não teve o intuito exclusivo de melhorar a audiência. Uma série
de coincidências nos levaram a investir nessa produção", disse Marcos
Paulo, diretor de núcleo de
"Força de um Desejo",
que tem direção-geral de
Mauro Mendonça Filho.
"Mas não há dúvida de
que é necessário buscar
meios para conquistar o
público, que hoje tem outras opções, como o computador e a TV a cabo. O
caminho pode ser repetir
fórmulas que já fizeram
sucesso", admite.
Ainda mais se acontecem
as "coincidências" que
Marcos Paulo diz terem
ocorrido no caso de "Força de um Desejo".
"Era a vez de Gilberto
Braga escrever, o horário
disponível era o das seis,
tínhamos uma ótima sinopse de época de Alcides
Nogueira (que está dividindo a autoria com Braga). Também tínhamos
um bom elenco para dispor", disse Marcos Paulo.
Até há pouco tempo, era
inimaginável Gilberto Braga aceitar escrever uma
novela para as 18h. Afinal,
desde que "Dancin"
Days", em 1978, o consagrou como um dos mais
competentes novelistas
brasileiros, ele não abandonou mais o horário nobre das oito.
Mais "coincidência"
ainda: o elenco disponível
era justamente aquele que
Braga costuma chamar de
"minha patota": Malu
Mader, Reginaldo Faria,
José Lewgoy, Cláudio Corrêa e Castro, Natália Thimberg e Fábio Assunção,
que, segundo o autor, acaba de ingressar na "sua
turma".
Maior das "coincidências": Sônia Braga, a musa-mor de Braga -que há
algum tempo a Globo tenta trazer dos Estados Unidos, ela onde mora há quase 20 anos-, desta vez
concordou com o valor do
contrato, estava com tempo na agenda e com muita
vontade de fazer novela no
Brasil.
Resultado: Marcos Paulo
está apostando que "Força de um Desejo" vai conseguir atingir o trilho de
35/45 pontos no Ibope, esperado para o horário das
18h -o que sua antecessora, o remake de "Pecado
Capital", também uma
tentativa de repetir uma
fórmula que deu certo, não
conseguiu. "Pecado" teve
média semanal de 27 pontos no Ibope.
História
O mote principal de
"Força de um Desejo" é o
triângulo amoroso formado por Ester (Malu Mader)
-dona de um elegante salão de prostituição da corte
do Rio de Janeiro, no século 19-, o barão Henrique
Sobral (Reginaldo Faria)
-fazendeiro da região do
Vale do Paraíba- e seu filho Inácio (Fábio Assunção).
A história se passará em
duas fazendas de café, situadas no Vale do Paraíba,
e na cidadezinha fictícia de
Villa de Sant'Anna. Como
pano de fundo, terá as modificações que aconteceram no cenário político e
econômico dos anos 60 do
século 19 -declínio dos
senhores de engenho de
cana-de-açúcar e ascensão
dos cafeicultores, início do
movimento abolicionista e
surgimento da burguesia
endinheirada.
Inácio, filho mais velho
de Sobral, tem conflitos
com o pai por causa da forma como ele trata a mulher, Helena (Sônia Braga).
Depois de uma discussão
com o pai, resolve sair de
casa e ir para a corte.
Lá, conhece Ester e se
apaixona por ela. Os dois
vivem um romance, que
será interrompido porque
a mãe de Inácio morre, e
ele tem que voltar para a
fazenda.
Depois de ficar viúvo,
Sobral -um homem com
tendências liberais que não
combinam com a forma
autoritária que trata sua
mulher- decide ir para a
corte, onde conhece Ester.
Ele não sabe que ela teve
ligação com Inácio e acaba
se envolvendo. Por sua
vez, Ester, que pouco sabe
sobre Inácio -ele não
usava o nome do pai na
corte- aceita se casar com
Sobral.
Só quando vai morar na
fazenda descobre que seu
marido é pai do homem
por quem é apaixonada.
Tramas paralelas
Entre as tramas paralelas
está a rivalidade entre Sobral e Higino Ventura
(Paulo Betti) -homem
que nasceu pobre, mas enriqueceu e tentará arruinar
o barão por conta de um
romance vivido no passado com Helena.
Há também o drama de
Abelardo (Selton Mello),
filho mais novo de Sobral,
que, além de se sentir rejeitado pela mãe, é obstinado
em ser como Inácio. Ele é
apaixonado por Alice (Lavínia Vlasak), filha de Higino, que gosta de Inácio.
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