BRUNO GARCEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O que está provocando os baixos índices de audiência do "Mais Você"?
A Ana Maria (Braga, apresentadora da atração) está lutando contra a programação infantil, com desenhos, com a Eliana, a Jackeline. E num horário de trânsito, 10h30, um horário cortado. Não é um programa que vai das 7h às 8h, das 11h às 12h. Quero discutir o problema do horário, fazer pesquisa para saber o que o público que gosta dela quer ver. Transformá-lo não em um programa feminino, mas num programa para a família. Quando ela estava na Record, eu ouvia de muitas pessoas: "O que eu vi na Ana Maria me deu condições de ter um aumento no meu orçamento". Quanto aos índices de audiência, é ilusão pensar nos de antigamente. É preciso conviver com a nova realidade. Antigamente, não havia TV paga, Internet. Era só rádio e TV.
O que deve mudar no "Caldeirão"?
A cada semana, faço testes. Podem até não estar dando uma liderança para o Luciano, mas é um programa bom, com produção de qualidade e conteúdo. Preciso descobrir o que as pessoas gostam mais no Luciano. Por isso, venho testando coisas novas. Estou tentando acertar, mas com qualidade, diferentemente do concorrente dele. Antigamente, o Raul Gil ganhava com diferença de seis pontos. Hoje, ganha por um. A briga é assim, você ganha num dia, empata, perde no outro. Luciano tem cinco anos de TV e aprendeu muito nos sete meses de existência do programa. Ele tem 29 anos. A gente só se sente derrotado, dependendo de quem nos derrotar. Se for só uma questão de audiência, não vale.
Estar em primeiro lugar não é o que mais motiva você?
Não é isso, eu gosto de ganhar, odeio perder. Tem gente que diz: "Ah, se perder, tudo bem". Comigo, não. Mas Luciano tem 29 anos e apareceu como apresentador há cinco. Se ele tem que passar por isso para aprender, que passe. Por ser um jovem bem-nascido, as pessoas têm má vontade com ele. Ouço gente criticá-lo por ser filho de um pai rico. Que é isso? Ele batalha, como qualquer um.
Quando será implantado o projeto de exibir o "Caldeirão do Huck" ao vivo?
O "Caldeirão" não irá ao ar ao vivo. Iria, mas, entrar ao vivo no final do ano não faz sentido. Sábado é um dia muito ruim para um artista gravar, porque eles estão fazendo shows. Quando gravamos, podemos negociar porque fazemos à tarde, o artista pode fazer seu show à noite.
É verdade que você assumirá a programação dominical da Globo?
É um boato. Não tenho a menor intenção de tomar conta do domingo. O domingo da TV Globo está com bons profissionais. Já tenho compromissos demais. Não quero mais nenhum.
É fato que você pretende concorrer a uma concessão de televisão?
Mas isso é fato, mesmo! Já estou com a documentação pronta. Mas é difícil. O Gugu (Liberato) está batalhando há tanto tempo para ter um canal dele. Ele, que é loiro, apresentador, essa coisa toda. Imagina eu, que sou pequeninha, nordestina. Vou batalhar muito mais, mas não vou deixar de lutar. Não é para empresário, para quem conhece televisão? Então, eu preencho esses requisitos.
Você pretende propor uma sociedade a Gugu Liberato para obter sua concessão?
Não desisto de nada. Se não posso sozinha, junto-me a alguém. Mas, que eu vou conseguir, eu vou.
Qual é o seu grau de envolvimento com o novo filme de Xuxa?
Acabei de vir de uma sessão do filme, em que eu mudei um pouco a trilha sonora e fiz alguns cortes, para dar mais ritmo, agilidade. E dia 15 ele estará nos melhores cinemas do país. Xuxa vive uma ex-modelo de 29 anos, abandonando a carreira, tem uma postura mais adulta. É censura livre, mas é mais infanto-juvenil.
Essa postura mais adulta pode indicar uma mudança nos programas de Xuxa?
Não, ficção é outra coisa. Vou mudar o formato do "Xuxa Park", mas ele seguirá infantil. No "Planeta Xuxa" devo testar algumas coisas, visando adolescentes que cresceram com Xuxa. Vou olhar com calma, para saber onde mudar. Assisto muita coisa, mas não há muito de novo, a não ser séries de TV. O portal da Xuxa (www.portalx.com.br) também terá nova versão (que estréia hoje).
Algum dos atletas que você está empresariando demonstra potencial artístico?
Tenho três atletas nos quais caçadores de talento deveriam prestar atenção. São Leila, do vôlei, e os nadadores Fabíola Molina e Fernando Scherer, que ama TV.



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