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São Paulo, domingo, 13 de abril de 2003

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Afinal, televisão faz bem ou mal à criança?

DA REPORTAGEM LOCAL

"A TV não vicia nem promove a passividade", diz Maria Teresa Rocco, professora da Faculdade de Educação da USP e estudiosa da televisão há mais de 20 anos. "As pessoas confundem passividade com estar quieto. Crianças não fixam a atenção por muito tempo", diz, aconselhando 45 minutos, no máximo, de exposição diária.
Na opinião de Waldemar Setzer, professor do departamento de Ciências da Computação, na USP, e autor do livro "Meios Eletrônicos e Educação: Uma Visão Alternativa", "a TV foi a maior tragédia que aconteceu à humanidade, e não tem comparação com nenhuma guerra".
De acordo com Setzer, ela "mata a imaginação e leva ao estado hipnótico". "Na TV não há aprendizado, há condicionamento", diz ele.
Já a influência dos comerciais, Maria Teresa afirma que só acontece a partir dos cinco anos. "Mas a TV não é culpada pelo consumismo infantil, os culpados somos nós, que atribuímos a ela a responsabilidade de educar", afirma.
Setzer lembra que, em 2000, foram investidos R$ 12,9 bilhões em publicidade no Brasil, sendo 63,5% na televisão. "Eis a prova de que funciona, e a criança é mais receptiva que o adulto."
Para Maria Teresa, os desenhos fortalecem o imaginário, e a TV Cultura é uma excelente alternativa na TV aberta. Setzer, no entanto, é contrário até ao elogiado "Castelo Rá-Tim-Bum": "As figuras são grotescas. Bruxas não devem ser vistas, só imaginadas".
Maria Teresa diz que o caminho é a atenção: "A TV não substitui a relação social. A criança só não brinca se não tiver com quem". (FD)


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