Andréa Farias/Folha Imagem

A atriz Carolina Dieckman, em sua casa, na zona oeste do Rio de Janeiro

A Camila, sua personagem em "Laços de Família", disputa o namorado com a mãe, recebe um diagnóstico de leucemia e ainda descobre que o pai é o Pedro, o primo da mãe. Não é muito drama de uma vez?
Eu amo essa carga dramática. Falou em chorar eu adoro, já fico com o olho brilhando. E acho que o povo estava esperando por uma novela assim. E o Maneco (Manoel Carlos, autor da novela) é o drama em sua melhor forma. Um drama dos bons.

E como você vê a situação de mãe e filha disputando o mesmo homem?
A minha mãe me ligou no outro dia e perguntou quando eu ia beijar o Gianecchini. Eu disse para ela: "Mãe, pára com isso. É a Camila que vai beijar o Edu". Mas, falando sério, é uma situação dificílima. O Maneco diz que há pessoas conhecidas que sofreram essa disputa. Para mim é impossível porque sou virginiana com ascendente em virgem, não tiro o pé do chão nem para saltar uma cobra. Nunca me apaixonei pelo namorado de uma amiga, que é muito menos grave, o que dizer do namorado da minha mãe. Isso é sério. Namorado de amiga é gay.

Está previsto que você raspe o cabelo no caso de sua personagem, com leucemia, passar por uma quimioterapia?
Já falamos nisso. Se minha personagem precisar ficar três meses fazendo tratamento, eu não quero maquiagem porque fica falso, e a novela do Maneco merece essa verdade. É esquisito, mas acho que vou me amarrar. O Ricardo Waddington brinca comigo e diz que eu vou lançar moda. Claro que, se for só umas cenas, não terá necessidade. Pode ser que logo depois dê um salto de cinco anos e eu já precise estar de cabelos longos de novo. É um critério deles. O importante é que eles saibam que, se precisar raspar, eu não vou estar infeliz, vou chorar, mas não é nada demais.

Como é trabalhar com Vera Fischer?
A Vera Fischer é tudo. Há muito tempo me disseram que eu poderia fazer a filha dela. Isso ficou na minha cabeça. Quando perdi meu bebê, há dois anos, eu estava fazendo "Por Amor", o Maneco ligou para a minha casa e me avisou que estava escrevendo uma novela em que eu e a Vera seríamos filha e mãe. Achei ótimo.

E o Reynaldo Gianecchini?
O Gianecchini é muito esforçado. Ele chega com o texto na ponta da língua e é tão preparado que deixa a gente com vergonha. Você vê por aí um monte de gente que chega, faz a metade do sucesso que ele está fazendo e já compra carro do ano e começa a achar que a Globo precisa deles. A Globo precisa da Vera Fischer, e não de alguém que começou agora. Ele é um cara simples, do interior, não se abala com nada. Pense bem. Um cara que namora a Marília Gabriela não pode ser qualquer um. Eu falo para ele: diz para a sua mulher que eu sou muito fã dela. O cara que a Marília Gabriela escolheu tem que ter um papo, senão ele vai falar com ela sobre o que no jantar? Todo mundo fala que a Marília Gabriela se deu bem, mas eu falo que ele é que está com tudo.

O Marcos Frota é 20 anos mais velho do que você. Como é a relação de vocês?
O Marcos é mais louco que eu. Aprecia mais a vida e tem o frescor de um jovem de 20 anos. Eu é que pareço ter mais de 40. Eu comecei a trabalhar com 12 anos. Nunca fui a uma boate, nunca fumei maconha, não bebo nada. Sou caxias, não gosto de sair. Ser mãe com 20 anos é coisa de velha mesmo. Gosto da vida estabilizada. Ele tem circo, é uma criança.

Ele é ciumento? Como está enfrentando a exposição em cima do Gianecchini?
As pessoas vêem ele na rua e falam coisas como: "Aí, Tonho da Lua, chifrudo". É meio de brincadeira, mas é chato. Eu é que sou muito ciumenta. Não quero que ele beije ninguém, imagine então eu ouvir essas brincadeiras. As pessoas dizem: "Carol, ele tem 40 e você 20, como é que você é que é a ciumenta?". Mas se eu passasse pela situação que ele está passando, arrancava todos os cabelos, ficava careca. Nem ia precisar raspar para o papel.