DA REPORTAGEM LOCAL

"Se eu tivesse uma cardiopatia teria morrido", diz o cantor Ronnie Von, ao comentar a pegadinha de que foi vítima no último dia 6, no programa "Hora da Verdade", apresentado por Márcia Goldshimidt, na Band.
Convidado para "receber uma homenagem", ele foi à emissora com a mulher, Maria Cristina Rangel. No ar, foi surpreendido pela silhueta de uma mulher que alegava ser mãe de um filho seu e exigia teste de DNA.
"Aquilo foi uma ofensa à minha inteligência porque jamais me envolvi com fãs. Até o Marcos Hummel, que é meu amigo e apresentador da Bandeirantes, desceu ao estúdio, horrorizado, para saber que absurdo era aquele. Foi penoso, me senti mal fisicamente e, emocionalmente, fiquei péssimo. Estou com dificuldade de recuperação até agora", afirma o cantor.
Cristina presenciou a situação sentada na platéia, ao lado de Goldshimidt. "No final, quando revelaram que a tal mulher era a minha babá, que eu não via havia mais de 40 anos, eles disseram para que não me preocupasse porque o programa tinha sido exibido com uma tarja explicando ser uma brincadeira. Mas mentiram. A tarja só apareceu no monitor que estava diante da Cristina, no palco", diz Ronnie, que chegou a pensar em processo judicial.
De acordo com o advogado José Carlos Vaz e Dias, membro de um escritório especializado em direito à imagem e direito autoral, existem vários processos dessa natureza tramitando na Justiça. Ele afirma que os danos morais são estimados com base nos efeitos sobre o psicológico da pessoa.
Segundo Vaz e Dias, mesmo tendo autorizado a veiculação de sua imagem, a pessoa pode -antes que a fita seja levada ao ar- mudar de idéia. "É um direito garantido pela Constituição Federal", afirma ele.
Não foi o caso do cantor, pois o programa era ao vivo. Procurada pela Folha, Márcia Goldshimidt não quis comentar a "brincadeira". (FD)


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