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POLÊMICA
Portaria do Ministério da Justiça tira o pó de regras antigas de classificação de programas
Nova lei faz "barulho" na TV
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
ALÉM do aniversário de 50 anos da
TV brasileira, outro motivo fez com
que a televisão fosse um dos principais
assuntos dos jornais nas últimas duas semanas: a nova portaria do Ministério da
Justiça, que muda as regras de classificação dos programas.
Desde a sua publicação, no "Diário Oficial da União" do dia 12, o documento
gerou polêmicas nos bastidores da TV e
pautou programas de debates como o
"Fala Que Eu Te Escuto", da Record.
O "barulho", na verdade, é uma das
maiores funções da nova lei. O texto tem
alterações mínimas em relação à portaria
anterior, de 1990, assinada por Jarbas
Passarinho, ministro da Justiça na época.
A lei atual cria uma nova faixa etária de
classificação, a dos 16 anos. Antes, os
programas eram liberados ou não para
12, 14 ou 18 anos. Além disso, o documento prevê punições às emissoras baseadas no Estatuto da Criança e do Adolescente. Sendo assim, por que tanto alvoroço em torno dessa portaria? Simplesmente porque a lei, que já existia,
nem era cumprida pelas emissoras nem
cobrada pelo ministério. E agora o ministro da Justiça, José Gregori, se mostra
disposto a tirar do papel o que já estava
determinado há dez anos.
As TVs encararam a determinação como censura. Os programas que debateram o assunto, no entanto, mostraram
que muitos telespectadores apóiam a
portaria e a encaram como uma maneira
de evitar abusos, como cenas de sexo ou
violência em horários livres.
Mas, por enquanto, nenhuma mudança significativa aconteceu na programação das emissoras. Desde terça-feira, a
Globo está exibindo uma bola na tela
com a classificação dos programas quando eles começam e voltam do intervalo.
A bola verde é para programas livres, a
amarela, para os não recomendados a
menores de 12, 14 ou 16, e a verde, para
atrações liberadas a maiores de 18 anos.
No SBT, a principal consequência foi
que a "Banheira do Gugu", do "Domingo Legal", atenuou os closes nas modelos
seminuas. A Gazeta enviou seus programas ao ministério para que seja determinada a classificação. Fora isso, quase nada mudou. Para constatar, não precisa
muito: basta ligar a TV.
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