São Paulo, domingo, 24 de setembro de 2000

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Novelas são campeãs de remakes

DA REPORTAGEM LOCAL

Quando o assunto é reciclagem na televisão, é impossível deixar de lado as telenovelas. Atualmente, a Globo exibe, em seu horário das seis, "O Cravo e a Rosa", que tem como fonte de inspiração "A Indomável", que Ivani Ribeiro escreveu para a extinta TV Excelsior em 1965. A trama ganhou uma nova adaptação nos anos 70, "O Machão", escrita por Sérgio Jockyman.
"Era para ser um remake da obra de Ivani, mas, infelizmente, quando fomos recuperar o texto, só encontramos 30 capítulos. O resto se perdeu. Então decidi usar apenas a idéia central da trama, que é baseada em William Shakespeare, e acabei criando uma novela quase toda", conta Walcyr Carrasco, autor de "O Cravo e a Rosa".
Dos clássicos "Mulheres de Areia", "Sangue do Meu Sangue" e "Selva de Pedra" -que mantiveram os nomes originais- a produções como "Camomila e Bem-Me-Quer" -que virou "Amor com Amor Se Paga"-, "A Barba Azul" -que voltou como "A Gata Comeu"-e a pioneira "2-5499 Ocupado" -a primeira novela diária da TV brasileira, que foi refilmada pela Record como "Louca Paixão"-, a lista de remakes é grande: cerca de 30 produções já foram refeitas, refilmadas ou readaptadas.
"De certo modo, praticamente tudo já foi contado, todas as histórias possíveis já apareceram de alguma maneira nas novelas. Chega uma hora em que é necessário então refazê-las", afirma Mauro Alencar, doutorando em teledramaturgia latino-americana.
"O problema é que nem todos os remakes conseguem fazer sucesso, já que muitas tramas são criadas dentro de todo um contexto da época. Além disso, os atores ajudam a construir os personagens, e, nos remakes, o elenco é outro. Quem poderia fazer hoje, por exemplo, o Odorico Paraguaçu de Paulo Gracindo, em "O Bem-Amado", da mesma forma?"


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