São José dos Campos, Domingo, 01 de Abril de 2001

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VIOLÊNCIA
Garoto teria participado das mortes de Juanita, 21, e Michelle, 19
Adolescente confessa assassinatos

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A Polícia Civil prendeu na noite de anteontem o adolescente J.R.L.S., 16, que teria confessado o assassinato de Juanita Carneiro dos Santos, 21, e Michelle Fernanda Martucelle, 19.
Os corpos das vítimas foram encontrados no dia 22 deste mês em uma vala na favela Santa Cruz, em São José dos Campos.
O adolescente confessou à polícia que as duas foram mortas porque eram namoradas de traficantes rivais do grupo que comanda o tráfico na favela, ao qual ele disse pertencer.
Segundo o depoimento, Michelle foi morta a mando do traficante Sérgio Silva Santos, o Serjão. Ela era namorada de um dos líderes do tráfico em São Bernardo do Campo, que teria matado um irmão de Serjão.
J.R.L.S. disse que ele e mais um grupo de quatro pessoas espancaram Michelle por mais de 30 minutos e a jogaram dentro da vala, junto com Juanita.
Elas ainda estavam vivas quando foram metralhadas dentro da cova. Os assassinos ainda cortaram a mão de Michelle e perfuraram seus olhos com uma faca.
De acordo com o depoimento, J.R.L.S. acredita que os tiros não foram ouvidos pelos policiais militares que estavam na Base Comunitária da favela, atrás do local onde elas foram enterradas, porque a arma estava com um silenciador.
O garoto não portava armas ou drogas e alegou que a metralhadora usada no crime pertence a traficantes da favela Santa Cruz.
Segundo a Polícia Civil, após a localização de um dos assassinos de Michelle e Juanita, deve ser mais fácil chegar aos líderes do tráfico na Santa Cruz.
Além das quatro pessoas que teriam participado do crime, mais duas têm envolvimento com o tráfico, entre elas uma mulher.

Vala
Os corpos de Juanita e Michelle, que estavam desaparecidas desde o dia 12 de fevereiro, foram encontrados no dia 22 de março deste mês pelo Corpo de Bombeiros e por policiais da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de São José.
Os corpos, com várias perfurações, estavam amarrados e amordaçados a cerca de 30 metros da base da Polícia Militar na favela, atrás de uma casa abandonada.
Michelle morava na mesma casa da professora Marianna Alvareli, morta em 99, supostamente a mando de Serjão, que foi condenado a 11 anos pelo crime.
Juanita desapareceu depois que saiu com os filhos, de 3 e 6 anos, por volta das 23h do dia 12, para buscar a amiga Michelle no terminal urbano de São José.
Os filhos de Juanita foram deixados no dia seguinte em casa.


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