São José dos Campos, Domingo, 3 de janeiro de 1999

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Príncipe busca verba para estrada

ROGER MARZOCHI
da Folha Vale

Com a falta de investimento do governo do Rio em um trecho de 6 km dos 18 km que faltam para a finalização da estrada-parque Parati-Cunha, no Vale do Paraíba, o príncipe dom João de Orleans e Bragança se interessou pelo projeto e está buscando ajuda da iniciativa privada para viabilizá-lo.
O projeto da estrada foi desenvolvido pela Unitau (Universidade de Taubaté), em conjunto com a ONG Pró-Bocaina.
Será a primeira estrada-parque do país. A via vai atravessar o Parque Estadual da Serra da Bocaina. O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) aprovou o projeto da estrada.
O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) instalou uma PCD (Plataforma de Coleta de Dados) em Cunha com o objetivo de monitorar as condições climáticas da serra. Além disso, utilizará também imagens de satélite para evitar a devastação da mata.
Bragança estimou que são necessários R$ 3 milhões para finalizar a obra.
O príncipe resolveu buscar dinheiro para a obra por motivos históricos e econômicos.
"Havia na serra a estrada do Ouro, de 350 anos, que ligava Parati a Minas Gerais. Em Parati, há um grupo cada vez maior de comerciantes que estão apoiando o projeto para haver um desenvolvimento sustentado do município."
Segundo o príncipe, a cidade de Parati foi preservada devido à dificuldade de acesso.
"O isolamento preservou os bairros históricos. Já que o desenvolvimento é inevitável, o melhor é incentivar um desenvolvimento ordenado. Além disso, o turismo na região está voltado apenas para o mar."
Segundo o príncipe, existem 27 milhões de pessoas no eixo São Paulo-Vale-Rio de Janeiro. Esse número definiria, segundo ele, a potencialidade de novos negócios na região.
"Cada US$ 30 mil investidos em turismo geram um posto de trabalho. Na indústria, são necessários investimentos de US$ 400 mil para gerar apenas um posto. É isso que o governo e a iniciativa privada estão procurando: investir pouco e gerar mais empregos."



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