São José dos Campos, Sábado, 12 de Fevereiro de 2000


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Mil professores ficam sem aulas


da Folha Vale

Pelo menos 50% dos cerca de 2.000 professores da rede estadual de ensino de São José dos Campos não vão dar aulas este ano devido ao aumento da carga horária determinada pela Secretaria Estadual da Educação.
Ontem, último dia da atribuição de aulas para os professores contratados, 1.283 pessoas se inscreveram no cadastro de excedentes, que poderão pegar aulas eventualmente no decorrer do ano letivo, para substituir outros professores.
De acordo com a dirigente regional de Ensino de São José dos Campos, Sônia Maria Silva, 46, o aumento da carga horária é uma determinação da secretaria para aumentar o comprometimento do corpo docente com a rede pública.
"É mais fácil para o Estado administrar um número menor de professores, que se dedicam exclusivamente à rede, do que um contigente enorme pulverizado entre o município e as escolas particulares."

Folha
Para a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), no entanto, a intenção da secretaria é reduzir o quadro de funcionários para não ultrapassar os 60% do Orçamento do Estado com a folha de pagamento.
"Isso é muito claro. Mas, com essa medida, não são só os professores que perdem, mas também desestrutura a educação", disse a professora Joana D'Arc de Oliveira, 39, conselheira estadual da Apeoesp.
A dirigente de Ensino reconhece que a determinação da secretaria vai gerar desemprego, mas acredita que o Estado não pode permitir a pulverização das aulas e "desqualificar" a rede pública.
"O Estado sempre foi paternalista nesse sentido, mas agora quer mudar essa postura. As escolas particulares têm essa política. Por isso são boas."
Sem perspectiva de emprego, professores que não conseguiram pegar aulas para 2000 já falam em recorrer ao subemprego.
"Não tenho outra fonte de renda, mas tenho que sobreviver. Se não conseguir dar aulas, vou ter que arrumar alternativas", afirmou Márcio Aurélio Silva, 32. (CRISTINA LIMA MARTINS)

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