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Mil professores ficam sem aulas
da Folha Vale
Pelo menos 50% dos cerca de
2.000 professores da rede estadual
de ensino de São José dos Campos
não vão dar aulas este ano devido
ao aumento da carga horária determinada pela Secretaria Estadual da Educação.
Ontem, último dia da atribuição
de aulas para os professores contratados, 1.283 pessoas se inscreveram no cadastro de excedentes,
que poderão pegar aulas eventualmente no decorrer do ano letivo, para substituir outros professores.
De acordo com a dirigente regional de Ensino de São José dos
Campos, Sônia Maria Silva, 46, o
aumento da carga horária é uma
determinação da secretaria para
aumentar o comprometimento
do corpo docente com a rede pública.
"É mais fácil para o Estado administrar um número menor de
professores, que se dedicam exclusivamente à rede, do que um
contigente enorme pulverizado
entre o município e as escolas
particulares."
Folha
Para a Apeoesp (Sindicato dos
Professores do Ensino Oficial do
Estado de São Paulo), no entanto,
a intenção da secretaria é reduzir
o quadro de funcionários para
não ultrapassar os 60% do Orçamento do Estado com a folha de
pagamento.
"Isso é muito claro. Mas, com
essa medida, não são só os professores que perdem, mas também
desestrutura a educação", disse a
professora Joana D'Arc de Oliveira, 39, conselheira estadual da
Apeoesp.
A dirigente de Ensino reconhece que a determinação da secretaria vai gerar desemprego, mas
acredita que o Estado não pode
permitir a pulverização das aulas
e "desqualificar" a rede pública.
"O Estado sempre foi paternalista nesse sentido, mas agora
quer mudar essa postura. As escolas particulares têm essa política. Por isso são boas."
Sem perspectiva de emprego,
professores que não conseguiram
pegar aulas para 2000 já falam em
recorrer ao subemprego.
"Não tenho outra fonte de renda, mas tenho que sobreviver. Se
não conseguir dar aulas, vou ter
que arrumar alternativas", afirmou Márcio Aurélio Silva, 32.
(CRISTINA LIMA MARTINS)
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