São José dos Campos, Sábado, 12 de Fevereiro de 2000


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INFÂNCIA
Declaração foi dada a membros do Cedeca e da OAB em visita à delegacia
Depoimento confirma agressão



da Folha Vale

O menor internado provisoriamente na Diju (Delegacia da Infância e da Juventude) de São José que diz ter sido espancado por um carcereiro confirmou a acusação ontem durante visita do Cedeca e da Comissão dos Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
O menor, que passou a ficar internado em uma cela individual após o espancamento, foi ouvido pelo advogado do Cedeca (Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente), Gilson dos Santos, e pela secretária da comissão da OAB, Letícia Christina Massula Krempel.
Segundo Santos, o menor -que não teve seu nome e idade revelados- contou que foi agredido por um carcereiro com a ajuda de outros menores.
"Ele disse que o carcereiro o tirou da cela onde ele estava, bateu nele e o levou a outras celas para que outros adolescentes pudessem espancá-lo", contou Santos.
No dia do espancamento, havia dez menores infratores internados provisoriamente na Diju, segundo o delegado interino Roberto Benedito Freire.
O espancamento teria ocorrido na passagem no dia 8. Um dia depois, Freire enviou seis menores para a Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor) em São Paulo.
Dos dez adolescentes que estavam na delegacia no dia do espancamento, apenas um confirmou, em depoimento no inquérito policial conduzido por Freire, ter participado das agressões.
Hoje, além do garoto espancado, há outros dois adolescentes na Diju. Ambos negaram aos representantes do Cedeca e da OAB terem participado da agressão. "Mas eles disseram que a coisa foi feia naquele dia", contou Santos após falar com os garotos.
De acordo com o Cedeca, as celas onde os menores estão internados, que pertencem à Apac (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados), apresentam boas condições, com exceção da pouca luz.
"Eles (os adolescentes infratores) reclamaram apenas que não podem tomar banho de sol com frequência, por causa da falta de funcionários para acompanhá-los", disse Santos.


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