São José dos Campos, Domingo, 24 de Setembro de 2000

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Universidades têm R$ 2 bi da verba de pesquisa e ensino em São Paulo

DA REDAÇÃO

Do total de R$ 2,6 bilhões que o Estado de São Paulo pretende gastar neste ano com pesquisa e ensino superior, R$ 2 bilhões vão ficar com as universidades paulistas USP (Universidade de São Paulo), Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e Unesp (Universidade Estadual Paulista).
Do restante, cerca de R$ 40 milhões vão para o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), outros R$ 140 milhões, para a Rede Paula Souza e cerca de R$ 250 milhões destinam-se à Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
Os valores foram divulgados pelo secretário da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento do Econômico do Estado de São Paulo, José Anibal Peres de Pontes.
Segundo ele, as universidades utilizam 20% da verba (cerca de R$ 400 mil) para a pesquisa.

Fapesp
A verba para a Fapesp é de 1% da receita tributária do Estado. De acordo com a assessoria de imprensa da Fapesp, a fundação ainda dispõe de rendimentos do seu patrimônio.
Neste ano, de acordo com a previsão do secretário José Anibal, a Fapesp deve receber cerca de R$ 250 milhões.
No ano passado, segundo o assessoria da Fapesp, o investimento total da fundação foi de R$ 542 milhões.
Os recursos foram aplicados em três categorias: R$ 199,1 milhões distribuídos entre os 13 programas especiais que a fundação mantém. Outros R$ 168 milhões foram destinados a bolsas e R$ 175,3 milhões, encaminhados a auxílio à pesquisa.
Segundo a assessoria, projetos de pesquisa desenvolvidos por pesquisadores vinculados à USP consumiram a maior parte do bolo: R$ 231,9 milhões. Já os projetos de cientistas ligados à Unicamp levaram R$ 76,2 milhões e à Unesp, R$ 72 milhões.
Outros projetos de pesquisadores beneficiados estavam ligados a institutos federais, estaduais e municipais de pesquisa, institutos particulares de ensino, pessoas físicas, empresas particulares e sociedades e associações de cientistas. Esse grupo ficou, no ano passado, com um total de R$ 138.712.800.

Centros de Excelência
Com R$ 15 milhões de investimento para este ano, a Fapesp lançou, no último dia 14, o novo programa especial que criou dez centros de excelência em pesquisa: os Cepid (Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão).
O processo de seleção dos grupos de pesquisas que deveriam receber o financiamento teve início em outubro de 1998.
Os contemplados foram seis núcleos da capital, além de um da UFSCar, um da USP de Ribeirão, um da USP de São Carlos e um da Unicamp. Os novos centros podem receber de R$ 300 mil a R$ 2 milhões anualmente, com contratos iniciais de cinco anos, renováveis por mais dois períodos de três anos. Após 11 anos, eles devem ser auto-sustentáveis.
A assessoria também informa que o dinheiro não poderá ser usado na construção de prédios ou anexos.

Seleção
De acordo com a assessoria de imprensa, em outubro de 1998, teve início a seleção de 30 propostas entre 112 candidatos.
Os coordenadores de 30 núcleos escolhidos foram chamados para detalhar suas propostas que foram analisadas por uma banca com 150 especialistas de diferentes países.
Eles escolheram os dez finalistas no fim do ano passado. A lista oficial dos escolhidos foi divulgada no último dia 14.
Segundo a assessoria de imprensa, o processo de seleção exigia propostas claras sobre como será realizada a transferência das inovações produzidas pelos centros para a sociedade. Também exigia que setores produtivos público e privado fossem beneficiados. Outro requisito, segundo o assessor, era o quanto ao projeto de educação, que deveria descrever como será feita a difusão do conhecimento.

Programas especiais
Além dos Cepids, a Fapesp tem outros 12 programas especiais.
O Apoio a Jovens Pesquisadores, criado em 1995, é dedicado aos doutores que finalizaram seus estudos para incentivá-los a permanecer no mercado do Estado.
O Programa de Melhoria no Ensino, voltado ao ensino público, financia pesquisas para promover melhorias no ensino fundamental e médio da rede pública estadual e o Pró-Ciências.
Há ainda a Rede ANSP, que dá suporte ao funcionamento da Internet no Brasil, além dos seguintes programas: Biota (Instituto Virtual da Biodiversidade); Incentivo ao Jornalismo Científico; Pesquisas em Políticas Públicas; ProBE (Programa Biblioteca Eletrônica); Programa Genoma-Fapesp; Capacitação Técnica; SciELO (Scientific Electronic Library Online), Web of Science e o Derwent Innovations Index. (LD)


Colaborou Carolina Alves, da Folha Ribeirão

Texto Anterior: Centros produzem "saltos tecnológicos"
Próximo Texto: UFSCar desenvolve ímã para problema ocular
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.