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SÃO JOSÉ, 234 ANOS
Instalação do instituto nos anos 70 permitiu parcerias com CTA e ITA; hoje, instituição carece de investimento
Criação do Inpe consolida o pólo tecnológico
FREE-LANCE PARA A FOLHA VALE
Instalado em São José dos Campos em 3 de agosto de 1961, por
meio de decreto assinado pelo então presidente Jânio Quadros, o
Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) foi fundamental
na consolidação do pólo tecnológico aeroespacial criado pelo CTA
(Centro Técnico Aerospacial) e
pelo ITA (Instituto Tecnológico
de Aeronáutica) na década de
1950.
No início, a instituição era denominada Gocnae (Grupo de Organização da Comissão Nacional
de Atividades Espaciais).
Em 1975, por meio de decreto,
foi criado oficialmente o Inpe, subordinado ao CNPq (Conselho
Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico).
Na década de 70, a instituição
passou a utilizar satélites meteorológicos, de comunicação e de
observação da Terra para a realização de pesquisas.
Durante a década de 80, com a
aprovação do governo federal, o
Inpe começou a desenvolver os
programas MECB (Missão Espacial Completa Brasileira), CBERS
(sigla, em inglês, para Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) e o Programa Amazônia e
criou o Cptec (Centro de Previsão
de Tempo e Estudos Climáticos).
Atualmente, a instituição, que é
dividida em quatro áreas -ciências espaciais, sensoriamento remoto, Cptec e engenharia espacial-, se prepara para enviar à
China, no início de novembro, o
CBERS-2. O satélite será colocado
em órbita em maio de 2002.
Orçado em US$ 110 milhões, o
satélite é parte integrante do projeto CBERS, um acordo assinado
em 1988 entre o Brasil e a China.
O acordo prevê a fabricação de
dois satélites para a observação de
recursos terrestres. O CBERS-1 foi
lançado em 1998.
Recursos
O Inpe tem, hoje, como principal problema, a falta de funcionários e de recursos para o desenvolvimento de pesquisas. Segundo o
diretor do Inpe, Volker Kirchhoff,
em dez anos a instituição perdeu
cerca de 450 funcionários.
"O último concurso público do
Inpe foi em 1995. Estamos reivindicando a volta ao nível de 1.500
funcionários", afirmou.
Kirchhoff afirmou, ainda, que
os recursos destinados pelo governo à instituição são insuficientes. "Em 95, nosso orçamento
anual era de US$ 70 milhões. Hoje, esse valor caiu para R$ 60 milhões. Falta incentivo do governo
para novos projetos", afirmou.
O ministro da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Sardenberg, disse,
em sua última visita a São José,
que os fundos setoriais criados
pelo governo federal vão permitir
a destinação de mais verbas para
os institutos de pesquisa.
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