São José dos Campos, Sexta-feira, 27 de Julho de 2001

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Embraer é exemplo de sucesso empresarial

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Fundada há 31 anos por brigadeiros nacionalistas do então Ministério da Aeronáutica, que viam na empresa a autodeterminação na fabricação de aviões, a Embraer (Empresa Brasileira Aeronáutica) virou o melhor exemplo capitalista brasileiro.
Um dos maiores ícones de São José dos Campos, a Embraer teve uma privatização tumultuada em 94, quando parte da cidade, principalmente os setores ligados ao sindicalismo, se mobilizou para impedir a venda da empresa para a iniciativa privada.
Controlada hoje por banqueiros do Bozzano, Simonsen, a Embraer fechou o ano passado como a maior empresa exportadora brasileira do país, além de ter registrado um lucro recorde de US$ 353 milhões.
Apenas nos cinco primeiros meses deste ano, a Embraer exportou US$ 1,221 bilhão -25,85% a mais do que os US$ 970,3 milhões exportados no mesmo período do ano passado.
O gigantismo da empresa hoje pode ser medido também pelo volume de importações.
Segunda maior empresa importadora brasileira, atrás apenas da Petrobras, a Embraer comprou no exterior, nos cinco primeiros meses do ano, US$ 816 milhões -72,5% acima dos US$ 473 milhões importados no mesmo período do ano passado.
Hoje, a empresa, que dava sucessivos prejuízos na época em que era estatal, é a quarta maior fabricante de aeronaves comerciais do mundo e emprega cerca de 13 mil funcionários.
Criada em 19 de agosto de 1969, por decreto do então presidente Arthur da Costa e Silva, a Embraer entrou em atividade no início de 1970. A partir de 1976, o seu faturamento anual já ultrapassava os US$ 100 milhões.
Em 99, a Embraer formalizou uma aliança com as empresas aeroespaciais européias Dassault Aviation, EADS, Snecma e Thales, que adquiriram 20% do capital da fábrica. O consórcio é liderado pelos franceses da Dassault.
Apesar de o governo brasileiro ter permanecido como acionista minoritário e de a Aeronáutica continuar tendo um membro no Conselho de Administração, a transferência das ações provocou protestos dos brigadeiros nacionalistas, os mesmos que elaboraram o projeto de construção da Embraer, nos anos 60.


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