free-lance para a Folha Vale

Os perueiros clandestinos vão contra-atacar a estratégia da aplicação de multas que vem sendo utilizada pela Secretaria dos Transportes para retirá-los das ruas transferindo os registros de seus veículos para outras cidades e Estados.
A informação é do perueiro André Luís Martins, 37, um dos líderes da zona leste.
Segundo ele, muitos perueiros estão vendendo seus veículos em São José dos Campos antes do licenciamento e comprando outros, também na cidade. Em seguida, fazem a transferência.
Dessa forma, podem evitar que as multas aplicadas na esfera municipal sejam cobradas, uma vez que a Secretaria de Estado dos Transportes e o Ministério dos Transportes não estão interligados em rede.
"A tendência é que daqui a algum tempo só haja peruas e vans com placas de fora circulando em São José dos Campos", diz.
Os perueiros também estão recorrendo à Justiça para tentar anular parte das multas, que é considerada abusiva.
Na última segunda-feira, 120 perueiros ingressaram com uma ação no Fórum local com um mandado de segurança.
Os clandestinos também pretendem continuar insistindo na aprovação do projeto de regulamentação de plebiscitos, proposto pelo vereador Lino Bispo (PSN) há duas semanas. O projeto já provocou uma paralisação de 80% da frota de ônibus da cidade durante duas horas e meia.
"O plebiscito é a chave dessa questão. O povo vai decidir se quer que nós continuemos trabalhando ou não". Os perueiros não cogitam uma derrota caso a população tenha a liberdade de opinar sobre o seu trabalho.

Mapa da cidade
André Luís Martins acredita que as três empresas que operam o transporte coletivo na cidade só teriam a ganhar se consentissem em conviver com os perueiros.
Para ele, se fosse feito um mapeamento da cidade para dividir as linhas entre ônibus, peruas e vans, as empresas poderiam retirar alguns carros das linhas centrais e levá-los para a periferia, onde acredita que o serviço é deficitário e ineficiente.
"Já propusemos isso à Secretaria dos Transportes, mas não obtivemos resposta. Bairros como a Chácara Santa Inês, o Majestic e o Bom Retiro poderiam usufruir de um transporte mais eficiente", afirmou o perueiro.
Os perueiros pensavam em colocar carros na Chácara, mas desistiram, temendo a fiscalização.


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