S10 acerta no visual, mas exagera na suavidade

A Chevrolet foi feliz no desenho da nova S10, que transmite robustez sem perder a elegância. A dianteira alta e o uso comedido de cromados também ajudam. Por dentro, há cuidado no encaixe de peças plásticas e formas harmoniosas. Divide com a nova Ford Ranger o título de cabine mais caprichada do segmento.

Mas, se tudo é tão acertado, por que a picape Chevrolet não disputou o primeiro lugar no comparativo? A resposta está no comportamento dinâmico, que fica um tom abaixo das vencedoras.

A preocupação do fabricante em construir uma picape confortável resultou em um veículo pouco interativo, com direção de reações lentas e suspensão macia. Pode ser bom para asfaltos perfeitos, mas acaba sentindo muito as ondulações e buracos do piso brasileiro. A S10 parece balançar mais que as concorrentes.

Quanto à parte mecânica, não há nada a questionar. A S10 traz câmbio automático de seis velocidades (como a Ford Ranger) e motor 2.8 turbodiesel de 180 cv. Na pista de testes, andou junto com as rivais e apresentou consumo ligeiramente mais alto.

FRONTIER

Logo atrás da S10, vem a Nissan Frontier. A geração atual estreou no mercado brasileiro em 2008, com as primeiras unidades importadas da Tailândia. Logo depois se tornou nacional, mas o visual permaneceu inalterado.

Esse é o problema: apesar de custar menos que as rivais na versão topo de linha (veja o preço na ficha técnica), a Frontier envelheceu. A enorme antena metálica espetada no para-lama dianteiro direito entrega a idade, bem como o nível de ruído um pouco mais elevado que o dos novos concorrentes.

Mas ela se vale do segundo motor mais potente deste comparativo: seu 2.5 turbodiesel tem 190 cv, pouco menos que os 200 cv da Ranger.

Com caixa automática de cinco marchas, a Frontier peca por não oferecer controle de estabilidade e computador de bordo, presentes em todas as rivais. Para compensar, traz um bom pacote de itens de conforto e se comporta bem na terra e no asfalto, com suspensão firme.