São Paulo, domingo, 01 de julho de 2007

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peças & acessórios

Em dez anos, chegarão aos carros sistemas que despertam motorista; sono mata 1.500 por ano só nos EUA

Tecnologia acorda para salvar sonolentos

Folha Imagem
Eduardo Palma bateu sua Picape Corsa em um ônibus e hoje precisa dirigir um carro adaptado


DO "NEW YORK TIMES"

Depois de uma semana difícil, a estrada está à sua frente. A temperatura está adequada, e o motor ronrona. Seus olhos começam lentamente a se fechar. Subitamente, uma lufada de vento atinge sua nuca, o volante vibra, e uma campainha toca. Seu carro o acordou. Ele observava seu rosto e sentia seu pulso. Sabia que você estava prestes a adormecer. Os motoristas muitas vezes fecham seus olhos por até 3s. A 110 km/h, é como percorrer a distância de um campo de futebol com os olhos fechados. "As pessoas estão mais ocupadas do que em qualquer momento do passado e estão se esforçando para manter o ritmo. Passam mais tempo ao volante", analisa Jonathan Adkins, porta-voz da Associação de Segurança Rodoviária dos Governadores Norte-Americanos. Segundo Ksenia Kozak, engenheira da Ford, é provável que todos cochilem alguns instantes quando dirigem percursos longos, pois perturbam o relógio biológico ao trabalhar violando o ciclo dia-noite. Utilizando um simulador, Kozak comandou um estudo sobre motoristas desgastados pela sonolência. Os participantes, que haviam passado 23 horas sem dormir, tinham por tarefa dirigir durante três horas. A conclusão do estudo: é possível reduzir a incidência de mudanças involuntárias de faixa de trânsito à metade caso os motoristas recebam um alerta quando o carro está a ponto de alterar sua trajetória. E o melhor aviso é uma coluna de direção que vibre, acompanhada por um leve movimento automático do volante para corrigir o desvio.
Em dez anos
As montadoras e os especialistas em segurança rodoviária há muito procuram uma cura para a sonolência ao volante, usando tanto a alta tecnologia quanto recursos primários.
A tecnologia mais simples -um arreio que o motorista vestiria e faria soar uma campainha caso sua cabeça se inclinasse para a frente- é ineficaz.
A alta tecnologia -raios infravermelhos que medem o ângulo de inclinação da cabeça- é complexa e cara demais. Hoje, com a disponibilidade de câmeras de vídeo de tamanho reduzido e com softwares instalados nos carros, os fabricantes de autopeças talvez tenham conseguido resolver a charada tecnológica.
A Denso demonstra o sistema que usa vibração da coluna de direção e uma rajada de ar para acordar o motorista. A Siemens VDO desenvolve um sistema que acompanha os olhos do motorista em busca dos sinais iniciais do sono e faz soar um alarme quando os detecta.
A Bosch desenvolve um sistema que acompanha o volante e os pedais em busca de lapsos típicos da chegada do sono. Empresas como a IBM trabalham em variações desse sistema.
Douglas Patton, vice-presidente sênior da Denso na América do Norte, diz que a chave para qualquer sistema não é o tipo de alerta que fornece, mas a maneira pela qual apanha o motorista caindo no sono.
Os novos métodos se baseiam em sistemas de alerta quanto a mudanças inesperadas de faixa de direção. Eles usam uma câmera que observa as demarcações nas rodovias. Caso o motorista não ligue o pisca, mas pareça mudar de faixa, o sistema o alerta.
A Siemens gostaria de incluir seu sistema em um pacote que incluiria, entre outros itens, um controlador de velocidade adaptativo, que monitora o tráfego e mantém uma distância segura entre os carros.
"Sistemas integrados ajudariam os carros a compensar a desatenção dos motoristas, sem tirar deles o controle final sobre o veículo", diz Ron Cook, gerente da divisão de segurança e eletrônica da Siemens VDO.


Tradução de PAULO MIGLIACCI


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