São Paulo, domingo, 02 de julho de 2006

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Com 420 cv, RS 4 volta aos pilotos urbanos

2ª geração do esportivo se camufla de perua, sedã ou conversível

JOSÉ AUGUSTO AMORIM
ENVIADO ESPECIAL A INGOLSTADT (ALEMANHA)

Veloz, ágil, rápida, ligeira. Todos esses adjetivos podem ser aplicados à família Audi RS 4, que cresceu e ganhou até versão conversível. E acrescente mais um: versátil. Afinal, não é qualquer modelo de 420 cv (cavalos) que oferece um espaço para carga de até 1.354 litros.
Ainda que visualmente sejam muito parecidos com os A4 convencionais, esses modelos especiais têm seu segredo no motor. Com oito cilindros em "V", ele esbanja força: 90% do torque, de 43,9 kgfm, está disponível a 2.250 rpm. Um único cavalo carrega quatro quilos, e a perua chega aos 100 km/h em 4,9s, de acordo com a fábrica.
A nova geração do carro mais rápido que já foi testado pela Folha em parceria com o Instituto Mauá de Tecnologia -em 2001, a RS 4 Avant cravou 4,7s- é equipada com injeção direta de combustível. Isso quer dizer que a gasolina chega às câmaras de combustão 500 vezes por segundo. A configuração do propulsor veio da experiência nas corridas de 24 horas em Le Mans (França).
Mas a RS 4 toda transpira esportividade. Um botão no volante, por exemplo, faz os bancos inflarem e "abraçarem" o motorista, como ocorre nos exemplares de competição. Na composição dos freios, há silício, um material bastante resistente ao atrito e que tem uma vida útil de 30 mil quilômetros.
A família esportiva é equipada com tração nas quatro rodas (40% na dianteira e o restante na traseira). Os mais aventureiros podem desligar o ESP (controle eletrônico de estabilidade) -em duas etapas: na primeira, alguns itens eletrônicos "sobrevivem". Porém, sob a chuva, as pastilhas de freio secam os discos para que proporcionem a segurança esperada.

Legado
Os novos RS 4 fazem parte de uma safra especial de Audi. A família nasceu em 1994, com a RS 2, que, com seus 315 cv, teve 2.881 unidades vendidas. Cinco anos depois, foi a vez da primeira RS 4, produzida por 14 meses e comprada por 6.000 pessoas.
A primeira versão sedã para um RS surgiu em 2002, com o RS 6. Eram 450 cv e a opção de transmissão automática com trocas no volante. Agora, junto com o primeiro conversível, os Audi voltam a ter só o câmbio manual, mas o pedal da embreagem está bem mais macio que na RS 4 anterior.
A nova família será exibida no Salão de São Paulo, que ocorre em outubro e dá o pontapé inicial nas vendas brasileiras -não está nos planos da montadora vender o conversível. Na Alemanha, onde é comercializado desde novembro de 2005, o sedã custa 69,9 mil (pouco menos de R$ 200 mil).
A produção dos novos RS 4 deve ficar entre 12 mil e 15 mil unidades, dependendo da demanda. Apesar da "popularização", um carro para poucos.


JOSÉ AUGUSTO AMORIM viajou a convite da Audi Brasil Distribuidora de Veículos; o carro foi cedido para avaliação pela montadora

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