São Paulo, domingo, 03 de agosto de 2008

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Sentra esportivo vai além de "tuning"

Nissan nega importar versão, que já circula no Paraná; motor 2.5 tem mais torque que 2.0 da Honda

FABIANO SEVERO
ENVIADO ESPECIAL A CASCAIS

Um misterioso Nissan Sentra vermelho circula pelos arredores de Curitiba. Quem o vê passar com a placa de São José dos Pinhais (PR), onde fica a fábrica da Nissan, pode até pensar que se trata de uma versão "tunada" por entusiastas. É um pouco mais do que isso. A sigla SE-R Spec V na tampa traseira explica o porquê de tanto floreio -há pára-choques esportivos, saias laterais, aerofólio traseiro e rodas diamantadas de 17 polegadas. Esse é o Sentra que enfrenta o Honda Civic Si no mercado americano. E, em breve, fará isso aqui no Brasil também. A Nissan nega a sua importação, mas confirma que o carro está mesmo no Paraná a serviço do presidente da filial brasileira, Thomas Besson. O sedã também tem outra função: testar a receptividade do brasileiro a um novo Sentra. O sobrenome Spec V fala de um motor 2.5 16V de 203 cv (cavalos), 11 cv a mais que o Si. Nos Estados Unidos, há outro SE-R, com 179 cv. A versão "mansa" -mesmo com 33 cv a mais que o Sentra daqui- não seria páreo para o Honda. O Spec V talvez seja: apesar de ele ter mais torque -são 25 kgfm ante 19,2 kgfm do Si-, falta um comando variável eficiente como o i-VTEC. Nele, as 16 válvulas abrem e fecham em dois picos de torque, dando força em baixo giro. É a mostra de que o Civic nasceu esportivo e virou Si; o Sentra nasceu careta e virou SE-R. É difícil deixá-lo tão apelativo com um interior tão recatado e uma direção "anestesiada". Mesmo com bancos esportivos, suspensão bem calibrada e desempenho de tirar o fôlego. Além disso, o Sentra é mexicano. Não pagaria Imposto de Importação, mas, por ser 2.5, seu IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) seria nove pontos percentuais mais alto que o do Civic. E, se custar os mesmos R$ 99,5 mil do Si, já estará no prejuízo. Ou alguém vai trocar o sedã sensação da categoria por um quase desconhecido?

FABIANO SEVERO viajou a convite da Nissan, que cedeu o carro para avaliação



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