Bom de curva, utilitário compacto já é o 2º modelo mais vendido da marca alemã em 2010

FELIPE NÓBREGA
DE SÃO PAULO

Muitos carros são mais bonitos na foto do que ao vivo. Com o X1, acontece exatamente o contrário.
Não que o BMW seja uma daquelas obras de arte que os designers tiram da cartola de tempos em tempos.
Ainda assim, a ousada miscigenação de formas, estilos e até de personalidade fazem desse jipinho único.
Tanto que a montadora alemã prefere classificá-lo como SAV -sigla para veículo de atividade esportiva.
Na verdade, o termo tem mais a ver com o comportamento dinâmico do X1 no asfalto, terreno para o qual foi realmente concebido.
Com tração integral e controle eletrônico de estabilidade e de inclinação, o topo de linha xDrive 28i mostra que gosta mesmo é de curvas. Nem parece um "crossover" (mistura de jipe com carro).
Na pista de teste vazia, o instrutor da BMW, pelo rádio, instiga: "Não acredita? Então pisa fundo para você ver como o carro contorna".
Incrédulos, os paramédicos da ambulância parecem ser os únicos com algum pingo de juízo por ali.
O motor de seis cilindros em linha e 285 cv entra cheio no "S", onde a maioria dos jipinhos já perderia a trajetória aos 80 km/h. O X1 trilha beirando os 100 km/h.
Acaba beliscando a zebra e rangendo os freios. Sinal de que o DTC atuou nas rodas que perdiam a aderência na simulação de mudança brusca de trajetória.

VICE-LÍDER
Para quem espera aquela rolagem lateral de esportivos como o Audi S3, melhor tirar o cavalinho da chuva.
A eletrônica que "castra" o X1 (R$ 199 mil) é a mesma que o diferencia de rivais como o Mercedes-Benz GLK (R$ 195 mil), cujo destaque é o conforto e o desempenho fora de estrada.
Mas é a versão de entrada do BMW, a 18i (R$ 115 mil), com motor 2.0 de 150 cv, que alavanca as vendas do jipinho lançado em março.
Só em agosto foram emplacadas 211 unidades do X1, fazendo dele o segundo modelo mais vendido da marca bávara no país, atrás apenas do Série 3 (336 unidades).